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Territórios da diferença: a ontologia política dos “direitos ao território”

Arturo Escobar

Resumo


Esta apresentação propõe que os direitos aos territórios dos povos indígenas, camponeses e afrodescendentes podem ser vistos em termos de dois grandes processos entrelaçados: a problematização das identidades “nacionais”, com o surgimento simultâneo de conhecimentos e identidades indígenas, afrodescendentes e camponesas; e a problematização da vida, em relação à crise da biodiversidade, à mudança climática e ao aumento do ritmo de devastação ambiental pelas indústrias extrativistas. Ambos os processos convergem nas conceituações e práticas dos territórios mantidos por comunidades e suas organizações etnoterritoriais em muitas partes do mundo. O texto desenvolve uma perspectiva de ontologia política do território. Com a interrupção do projeto globalizador neoliberal de construir um mundo (capitalista, liberal e secular), muitas comunidades indígenas, afrodescendentes e camponesas podem ser vistas como avançando nas lutas ontológicas, isto é, adotando a defesa de outros modelos de vida.Tais lutas podem ser interpretadas como contribuições importantes para as transições ecológicas e culturais dirigidas para um mundo no qual caibam muitos mundos (o pluriverso). O argumento é ilustrado com o caso das lutas afrodescendentes na região do Pacífico colombiano, particularmente ao redor da radicalização de suas lutas pelo território e contra a avalanche desenvolvimentista, armada e extrativista da última década.

Palavras-chave


problematização das identidades “nacionais”; problematização da vida; ontologia política do território; outros modelos de vida

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/dma.v35i0.43540