Pesquisadores e suas táticas discursivas no debate sobre populações tradicionais e proteção à biodiversidade
DOI:
https://doi.org/10.5380/dma.v21i0.16198Palavras-chave:
populações tradicionais, biodiversidade, discurso científicoResumo
O debate em torno da relação entre biodiversidade e populações tradicionais encontra-se hoje extremamentedividido. Tal ambiente polarizado se expressa na interface que marca o fazer científico e a açãopolítica de pesquisadores que se interessam pelo tema. Como tentarei mostrar, um dos efeitos dessefenômeno tem sido a cristalização de uma controvérsia geral: de um lado, uma busca por evidências porparte dos que defendem a tese de que populações tradicionais sempre depredaram a natureza; de outro,esforço semelhante de cientistas que passam a procurar evidências que comprovem que tais populaçõesprotegem a biodiversidade. Como resultado, temos um debate em que cientistas e suas pesquisas tornam-searmas de convencimento poderosíssimas. Como num julgamento, suas pesquisas servem para acusar oudefender populações tradicionais e/ou áreas protegidas, as quais cumprem o papel de rés ou de vítimas.Como decorrência, especialistas que investem nesta discussão são chamados constantemente a fazerescolhas argumentativas. Será justamente sobre elas que me aterei no corpo do artigo. Visando acessaro universo discursivo perito sobre políticas de apoio às populações tradicionais e políticas mais estritasde proteção à biodiversidade, tomo os antagonismos que daí emergem como laboratório para observara dinâmica de argumentações e contra-argumentações que se seguem. Ao final, problematizo a possibilidadede que, ao discutir a questão a partir da lógica do “ou isto ou aquilo” (populações tradicionais“conservam” ou “destroem” biodiversidade), há grande chance de que as infindáveis contestações departe a parte nos levem a uma controvérsia analiticamente estéril.Downloads
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