Oficinas de capacitação para catadores de materiais recicláveis em Matinhos -PR: dinâmicas territoriais inclusivas, socioeconômicas e ambientais

Autores

  • Alexandre Dullius INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ - Campus Paranaguá http://orcid.org/0000-0003-2762-7535
  • Maclovia Corrêa da Silva Universidade Tecnológica Federal do Paraná
  • Marcia Regina Rodrigues da Silva Zago Universidade Tecnológica Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.5380/guaju.v5i2.70450

Palavras-chave:

Oficinas. Associações de catadores de materiais recicláveis. Matinhos-PR. Dinâmicas territoriais

Resumo

As dinâmicas territoriais inclusivas socioeconômicas e ambientais podem ocorrer por meio de oficinas de capacitação. Essa técnica foi aplicada para os catadores de materiais recicláveis na cidade de Matinhos-PR em duas associações, em conformidade com a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, Lei Federal nº 12.305, de 2010.  A gestão integrada dos Resíduos Sólidos Urbanos tem sido um desafio para os administradores públicos e para os catadores. É uma tarefa complexa e exige capacitação técnica, social, ambiental e humana. A Lei Federal nº 8.666/1993 dispensa a licitação municipal para contratação de organizações de catadores de baixa renda. Porém, vulneráveis às decisões dos políticos, esses trabalhadores poderiam lidar melhor com suas tarefas e negociações se fossem constantemente capacitados por profissionais interdisciplinares. O objetivo do trabalho foi apresentar as dinâmicas territoriais de capacitação para catadores e catadoras estimuladoras de experiências inclusivas, reconhecimento e respeito. As oficinas promoveram para eles escolhas, diálogos, sentimento de pertencimento, valorização de novas oportunidades, diversidade e trocas de saberes. A metodologia, de natureza qualitativa, explorou aspectos de observação participante, de pesquisa-ação e de roda de conversa. Acredita-se que as dinâmicas territoriais dos resíduos recicláveis são desiguais, porque falta empoderamento, infraestrutura, associativismo e organização dos trabalhadores, políticas complementares com investimentos e estratégias de inclusão. No território, os catadores e as catadoras não são vistos pela população como trabalhadores organizados em associação ou cooperativa, na medida em que materiais descartados diariamente são misturados e inutilizados para a reciclagem. Consequentemente, reduzem-se as condições de ganho e de protagonismo deles.

Biografia do Autor

Alexandre Dullius, INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ - Campus Paranaguá

Possui graduação em Engenharia em Energia e Desenvolvimento Sustentável formado pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS/RS). Especialização em em Docência da Educação Profissional, Técnica e Tecnológica de Nível Médio. Mestre em Bioenergia pela Universidade Federal do Paraná - UFPR . Doutorando do Programa de Pós graduação em Tecnologia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Docente 40 horas Dedicação Exclusiva do Instituto Federal do Paraná, Campus Paranaguá.

 

Maclovia Corrêa da Silva, Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Professora titular da Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR, dedicação exclusiva, atua na área de Letras, em ensino de línguas, com ênfase em Línguas Estrangeiras Modernas, e no Programa de Pós-graduação em Tecnologia e Sociedade nda UTFPR com as disciplinas de História da técnica e da tecnologia, Tecnologia e Sociedade, e Práticas educativas, culturais e ambientais para a constituição de saberes e conhecimentos. Trabalha com ensino, pesquisa e extensão de modo interdisciplinar com temas ligados ao urbanismo, ambiente, sustentabilidade, território, patrimônio, educação ambiental, e sustentabilidade. Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Paraná (1976), graduação em Letras pela Universidade Federal do Paraná (1991), Mestrado em História do Brasil pela Universidade Federal do Paraná (1984) e Doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (2000). Realizou estágio professor visitante (2008/2009) por um semestre no Mestrado Erasmus Mundus TPTI, na Universidade Paris 1 - Panthéon-Sorbonne e na Università Degli Studi di Padova, Itália, no Departamento de História por dois meses (2011). Desde 2009 representa a UTFPR no programa de mestrado e doutorado Erasmus Mundus TPTI. Fez pós-doutorado na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (2011-2012) em educação ambiental e patrimonial; pós-doutorado em política científica e tecnológica no Instituto de Geociências da Unicamp-SP (2012), e estágio pós-doutoral no Colegio de la Frontera Norte, sede Monterrey, México sobre gestão da água (primeiro semestre de 2018).

Marcia Regina Rodrigues da Silva Zago, Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Doutoranda no Programa de Pós - Graduação em Tecnologia e Sociedade da Universidade Tecnológica Federal do Paraná(UTFPR) - linha de pesquisa: Tecnologia e Desenvolvimento; integrante do Grupo de Pesquisa Tecnologia e Meio Ambiente (TEMA) da UTFPR. Mestra em Ciências e Matemática ? UFPR (2015), Pós ? Graduação ? Especialização ? Metodologias Aplicadas à Educação na Modalidade de Educação Especial e Inclusiva (2006),Graduação em Pedagogia licenciatura plena(2017) - Graduação em Ciências Biológicas licenciatura Plena (2004) ? Habilitação - Profissional do Magistério das séries iniciais (1989). Área de atuação Secretaria da Rede Municipal de Ensino de Curitiba- RMEC ? Professora das séries finais do Ensino Fundamental do Componente Curricular CIÊNCIAS. Secretaria do Estado da Educação do Paraná ? Professora da Educação do Paraná ? SEED ? Professora PAC ? Professor de Atendimento a Comunicação ? Professora PAEE ? Professora de atendimento Especializado ao Estudante.

 

Referências

BRASIL. Lei Federal 12.305, de 2 de agosto de 2010. Política Nacional de Resíduos Sólidos. Diário Oficial da União. República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 3 ago. 2010. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm. Acesso em: 25 ago. 2017.

CURITIBA. Notícias. Comida de verdade. Campanha incentiva curitibanos a adotar práticas saudáveis de alimentação. 2018. Disponível em: https://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/campanha-incentiva-curitibanos-a-adotar-praticas-saudaveis-de-alimentacao/47969. Acesso em: 28 nov. 2019.

DULLIUS, A.; SILVA, M. C.; DIAS, M. S. L. (2017). Coleta e disposição de resíduos sólidos na cidade de Matinhos-PR. In: II Simpósio Brasileiro de Desenvolvimento Territorial Sustentável (II SBDTS), 2017, Matinhos. ANAIS DO II Simpósio Brasileiro de Desenvolvimento Territorial Sustentável (II SBDTS). Matinhos: Universidade Federal do Paraná. v. 1. p. 1482-1491.

DULLIUS, A.; SILVA, M. C. A região do lagamar: fronteiras abertas para o re/ordenamento territorial. Revista Eletrônica Expedições: Teoria da História e Historiografia, v. 7, p. 84-97, 2017.

FLICK, Uwe. Introdução à pesquisa qualitativa. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.

LEME, A. A. Desenvolvimento e Sociologia: uma aproximação necessária. Sociedade e Estado, Brasília, v. 30, n. 2, p. 495-527, 2015.

MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 29. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. (Coleção temas sociais)

RAFFESTIN, C. Por uma geografia do poder. São Paulo: Ática, 1993.

SACHS, Ignacy. Desenvolvimento includente, sustentável, sustentado. Rio de Janeiro: Garamond, 2004.

SANTOS, M. O dinheiro e o território. Rev. Geographia, ano 1, n. 1, 1999.

SAQUET. M. A.; ESPOSITO, E. S. Território, territorialidade e desenvolvimento: diferentes perspectivas em nível nacional e no Brasil. In: ALVES, A. F; CANDIOTTO, L. Z. P; CARRIJO, B. R. Desenvolvimento territorial e agroecologia. São Paulo: Expressão Popular, 2008.

VIEIRA, P. H. F. Rumo ao desenvolvimento territorial sustentável: esboço de roteiro metodológico participativo. Revista Eisforia (4). Florianópolis: UFSC, 2003.

ZAGO, Marcia Regina Rodrigues da Silva. Entrevista concedida ao pesquisador Alexandre Dullius. Curitiba, 2019.

Downloads

Publicado

2019-12-26

Como Citar

Dullius, A., da Silva, M. C., & da Silva Zago, M. R. R. (2019). Oficinas de capacitação para catadores de materiais recicláveis em Matinhos -PR: dinâmicas territoriais inclusivas, socioeconômicas e ambientais. Guaju: Revista Brasileira De Desenvolvimento Territorial Sustentável , 5(2), 15–29. https://doi.org/10.5380/guaju.v5i2.70450

Edição

Seção

Artigos