Agroindustrialização e arranjos produtivos locais como estratégia de diversificar e fortalecer a agricultura familiar no RS
DOI:
https://doi.org/10.5380/guaju.v4i2.61101Palavras-chave:
Agricultura familiar. Cadeias curtas. Agroindústrias. Mercados. Arranjos produtivos.Resumo
A fragilidade no acesso aos mercados monopolizados, por parte dos agricultores familiares, impulsiona a procura por novos processos e práticas que emergem paralelamente aos grandes impérios alimentares. Nesse contexto surgem novos mercados, que coexistem com os circuitos comerciais como as feiras, mercados integrados ao turismo, agroindústrias familiares e os institucionais, criando novos circuitos mercantis. O objetivo deste trabalho foi analisar como os arranjos produtivos locais podem fomentar a diversificação da agricultura familiar, relocalizando a produção de alimentos através das cadeias curtas, estimulando a heterogeneidade e promovendo o desenvolvimento rural. A pesquisa foi realizada a partir do Arranjo Produtivo Agroindústria familiar, estrutura de governança que impulsiona a instalação, regularização e associativismo de agroindústrias no Vale do Taquari, RS. A metodologia utilizada foi a análise documental e entrevistas com gestores do APL Agroindústria e proprietários de agroindústrias integrantes do APL. Como resultado pode-se observar que as políticas públicas de fomento para a implementação e fortalecimento dos APLs e incentivo ao turismo constituem-se estratégias que podem fortalecer a agricultura familiar, promovendo a construção e o acesso a novos mercados, a criação e o desenvolvimento de novos produtos, promovendo a sucessão rural, diversificando as atividades produtivas, gerando renda através de novos arranjos sociais e estruturas de governança horizontalizadas.
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