A transformação da natureza e as potencialidades do monitoramento ambiental na Lagoa Urbana Olho D’Água-PE: os desafios da complexa relação entre desenvolvimento urbano e a conservação de ambientes naturais
DOI:
https://doi.org/10.5380/guaju.v3i2.54300Resumo
O intenso crescimento urbano das cidades acarreta o surgimento de uma série de problemáticas em relação à conservação dos ambientes naturais. Por essa razão, o estudo de caso de que trata este trabalho corresponde à área da Lagoa Olho d’Água, que é a principal lagoa natural costeira do estado de Pernambuco e a maior lagoa urbana do Brasil. Nas últimas décadas, o perímetro urbano tem se adensado na área devido à beleza cênica, o que, consequentemente, acarreta uma especulação imobiliária no entorno da lagoa. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é analisara transformação da natureza e as potencialidades do monitoramento ambiental na Lagoa Urbana Olho d’Água – PE, considerando os desafios existentes na relação, muitas vezes antagônicas, entre desenvolvimento urbano e a conservação de ambientes naturais a partir da avaliação espaço-temporal da área através de sensoriamento remoto e processamento digital de imagens de satélite. Foram utilizadas na avaliação, com base em índices de vegetação,2 variáveis biofísicas: o índice de vegetação por diferença normalizada (NDVI) para avaliação do conteúdo de clorofila na vegetação e o índice de vegetação ajustado ao solo (Savi) para identificação de focos de degradação na área. Foram utilizadas três imagens do satélite Landsat dos anos de 1989, 2000 e 2010. O estudo demonstrou que a vegetação apresentou uma considerável diminuição do ano de 1989 até 2010 devido ao adensamento urbano ocorrido nas últimas décadas. Os resultados demonstrados contribuem para o planejamento da conservação ambiental, para a gestão e o monitoramento ambiental contínuo da Lagoa Olho d’Água.
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