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16 anos de competição eleitoral no litoral do Paraná (2000-2016): índices e resultados

Márcio Cunha Carlomagno

Resumo


Analisamos os indicadores de competição política nos sete municípios do litoral do Paraná, entre 2000 e 2016, para traçar um panorama sobre as mudanças na representação política ocorridas no período. Assumimos e explicamos o argumento teórico de que Aldrich & Griffin (2007) de que maior competição eleitoral leva a maior responsividade do eleito para com os eleitores – e, portanto, é um elemento importante para avaliar representação política. Para medir isso, utilizamos o índice de partidos efetivos de Laakso & Taagepera (1979), aplicado aos candidatos. Descobrimos que no tocante ao executivo, em geral, as disputas tendem a ter entre 2 e 3 candidatos efetivos, replicando a dualidade de disputas presidenciais das duas últimas décadas, em acordo com os resultados apresentados por Peixoto & Goulart (2014) para o plano nacional. No legislativo, todos os municípios apresentam graus razoáveis de disputa eleitoral, o que indica que não há “cadeira garantida” para os mandatários – o que, pelo argumento dos incentivos racionais, leva que os eleitos prestem mais atenção nos cidadãos, por medo da ameaça de serem trocados nas próprias eleições. Contudo, se destaca negativamente, no conjunto de municípios, a cidade de Guaraqueçaba, cujos índices de competição, tanto no legislativo quanto no executivo, apresentam queda constante no período analisado, o que pode levar ao comprometimento da representação política.

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/guaju.v3i2.51480

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