ADOLESCENTES E SAÚDE PÚBLICA: INTEGRALIDADE SETORIAL PODE REDUZIR IMPACTOS ECONÔMICOS PROMOVIDOS POR COMORBIDADES METABÓLICAS NO SISTEMA DE SAÚDE NA FASE ADULTA

Autores

  • Janaina Frensch Universidade Federal do Paraná
  • Adriana Lucinda de Oliveira Universidade Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.5380/gestus.v4i0.86060

Palavras-chave:

Intersetorial. Saúde Pública. Prevenção. Doenças Crônicas Não Transmissíveis. Adolescente

Resumo

A grandeza de alterações morfológicas, fisiológicas e psicossociais ocorridas na adolescência pode ser o gatilho para o estabelecimento de comorbidades futuras na vida adulta. Essa teia de impactos ao longo dos anos pode ser crucial para os fatores que vêm contribuindo para o crescente número de diagnósticos em doenças metabólicas e sua correlação positiva com mortes por Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), especialmente as Doenças Cardiovasculares. No presente ensaio, foram reunidas informações extraídas de pesquisas voltadas para a saúde metabólica da população adolescente em diferentes territórios, como vêm se delineando as diferentes medidas de enfrentamento por meio das estratégias de saúde pública apresentadas pelo Ministério da Saúde e as projeções observadas por grupos de pesquisa por meio de números contundentes com a real saúde cardiovascular adolescente e suas pertinentes considerações acerca dos dados sugerindo diagnóstico precoce, avaliações comportamentais e prevenção a agravos futuros. A interlocução dessas informações facilita a compreensão dos gráficos em diferentes Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) estabelecidas na vida adulta e os reflexos que acarretam o sistema de saúde, em geral com gastos exorbitantes associados a desordens metabólicas e cardiovasculares. Este artigo de revisão bibliográfica objetiva sistematizar essas observações e projeções, na tentativa de contribuir para que profissionais e gestores das Unidades Básicas de Saúde (UBS) absorvam a demanda desse público com a perspectiva de possibilitar aproximação dessa faixa etária com as estratégias de prevenção propostas tanto pelas UBS ou pelas escolas inscritas no Programa de Saúde na Escola (PSE). Espera-se que o debate contribua para que se desenvolvam melhores condutas na área, tanto em medidas profiláticas, quanto de tratamento nas fases iniciais, para que se minimizem os agravos em um futuro próximo e atinjam-se metas em conformidade com as pautas de Saúde propostas pelas Agendas voltadas para Alimentação e Agricultura, que estipulam esta como a Década para Alimentação desde 2016 e a Agenda 2030, para Sustentabilidade, apresentadas pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Biografia do Autor

Janaina Frensch, Universidade Federal do Paraná

Mestranda Desenvolvimento Territorial Sustentável (PPGDTS) - UFPR

Adriana Lucinda de Oliveira, Universidade Federal do Paraná

Doutora em Políticas Públicas

Professora do Curso de Serviço Social e PPGDTS UFPR – Setor Litoral

Referências

ABREU, N. et al. What are the most frequent diagnoses in adolescence? The reality of an Adolescent Medicine Clinic. Einstein, São Paulo, v. 16, n. 2, p. eAO4225, 2018.

AGENDA 2030. Objetivos 3, saúde e bem-estar. Disponível em: http://www.agenda2030.org.br/ods/3. Acesso em: 15 mai. 2021.

BORTOLINI, G. A. et al. Ações de alimentação e nutrição na atenção primária à saúde no Brasil. Revista Panamericana de Salud Pública, [s. l.], v. 44, p. 1, 2020.

BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes da Politica Nacional de Alimentação e Nutrição. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/politicas/pnan/diretrizes. Acesso em: 20 fev. 2021.

BRASIL. Ministério da Saúde. Vigilância Alimentar e Nutricional nos Serviços de Saúde e SISVAN. Portal da Secretaria da Atenção Primária em Saúde, 2020. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/vigilanciaalimentar/van_sisvan. Acesso em: 25 fev. 2021.

BRASIL. Ministério da Saúde. Promoção da Saúde e da Alimentação Adequada e Saudável. Portal da Secretaria da Atenção Primária em Saúde, 2020. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/ape/promocaosaude. Acesso em: 26 fev. 2021.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 2.446 de 2014. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/prt2446_11_11_2014.html. Acesso em: 27 fev. 2021.

BRASIL. Programa Saúde na Escola. Disponível em: https://sisaps.saude.gov.br/pse/relatorio. Acesso em: 7 fev. 2021.

CARVALHO, R. B. N. et al. Fatores de risco associados ao desenvolvimento da síndrome metabólica em crianças e adolescentes. ACTA Paulista de Enfermagem, [s. l.], v. 29, n. 4, p. 439-445, 2016.

COUTINHO, J. G. et al. A organização da Vigilância Alimentar e Nutricional no Sistema Único de Saúde: histórico e desafios atuais TT - Organization of Food and Nutritional Surveillance within the Brazilian National Health System: history and current challenges. Rev Bras Epidemiol, [s. l.], v. 12, n. 4, p. 688-699, 2009.

ENES, C. C.; LOIOLA, H.; DE OLIVEIRA, M. R. M. Cobertura populacional do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional no Estado de São Paulo, Brasil. Ciência e Saúde Coletiva, [s. l.], v. 19, n. 5, p. 1543-1551, 2014.

GUIMARAES, M. R. et al. Alterações clínicas, metabólicas e resistência à insulina entre adolescentes. ACTA Paulista de Enfermagem, v. 32, n. 6, p. 608-616, 2019.

LEAL, J. D. V. et al. Clinical and metabolic profile and its relationship with insulin resistance among school children. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, [s. l.], v. 17, n. 3, p. 393, 2016.

MADRUGA, J. G.; MORAES SILVA, F.; SCHERER ADAMI, F. Positive association between waist-to-height ratio and hypertension in adolescents. Revista Portuguesa de Cardiologia (English Edition), [s. l.], v. 35, n. 9, p. 479-484, 2016.

MARINHO, M. et al. Análise de custos da assistência à saúde aos portadores de diabetes melito e hipertensão arterial em uma unidade de saúde pública de referência em Recife-Brasil. Arq Bras Endocrinol Metabol., [s. l.], p. 6, 2011.

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E AGRÁRIO. Plano Nacional De Segurança Alimentar E Nutricional (PLANSAN 2016-2019). [s. l.: s. n.].

MORALES, A.; MONTILVA, M. Perfil clínico-metabólico relacionado con el riesgo cardiovascular en adolescentes escolarizados de barquisimeto, venezuela TT - Clinical-metabolic profile related to cardiovascular risk in school adolescents from barquisimeto, Venezuela. An. venez. nutr, [s. l.], v. 25, n. 2, p. 55-63, 2012.

NASCIMENTO, F. et al. Cobertura da avaliação do consumo alimentar no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional Brasileiro: 2008 a 2013. Revista brasileira de epidemiologia Brazilian journal of epidemiology, [s. l.], v. 22, p. e190028, 2019.

NILSON, E. A. F. et al. Costs attributable to obesity, hypertension, and diabetes in the Unified Health System, Brazil, 2018. Revista Panamericana de Salud Publica/Pan American Journal of Public Health, [s. l.], v. 44, p. 1-7, 2020.

OLIVEIRA, J. E. P. DE; JÚNIOR, R. M. M.; VENCIO, S. Diretrizes Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018. [s. l.: s. n.].

PEREIRA, P. F. et al. Medidas de localização da gordura corporal: uma avaliação da colinearidade com massa corporal, adiposidade e estatura em adolescentes do sexo feminino. Revista Paulista de Pediatria, [s. l.], v. 33, n. 1, p. 63-71, 2015.

PIRES, A. et al. Insulin resistance, dyslipidemia and cardiovascular changes in a group of obese children. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, [s. l.], v. 104, n. 4, p. 266-273, 2015.

ROMUALDO, M. et al. Insulin resistance in obese children and adolescents. Jornal de Pediatria (Versão em Português), [s. l.], v. 90, n. 6, p. 600-607, 2014.

SECRETARIA DE SAÚDE, R. DE J. NUTRICIONAL - VAN. O Diagnóstico Alimentar e Nutricional e sua importância para o enfrentamento das Doenças. 2020.

SIGULEM, D. M.; DEVINCENZI, M. U. Obesidade na Infância e na Adolescência. Compacta Nutrição, [s. l.], v. 2, 2008.

SILVA, D. A. S. et al. Pressão arterial elevada em adolescentes: Prevalência e fatores associados. Ciência e Saúde Coletiva, [s. l.], v. 18, n. 11, p. 3391-3400, 2013.

VENÂNCIO, S. I. et al. Food and nutrition surveillance system in the State of São Paulo, Brazil: Experience of the implementation and assessment of children’s nutritional condition. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, [s. l.], v. 7, n. 2, p. 213-220, 2007.

VERAS, R. P. Estratégias para o enfrentamento das doenças crônicas: um modelo em que todos ganham Estratégias para o enfrentamento das doenças crônicas: um modelo em que todos ganham Strategies for coping with chronic diseases: a model where everyone wins. Bras. Geriatria e Gerontologia Bras. Geriatr. Gerontol., [s. l.], v. 8, n. 144, p. 779-786, 2011.

Downloads

Publicado

2022-05-20

Como Citar

Frensch, J., & Oliveira, A. L. de. (2022). ADOLESCENTES E SAÚDE PÚBLICA: INTEGRALIDADE SETORIAL PODE REDUZIR IMPACTOS ECONÔMICOS PROMOVIDOS POR COMORBIDADES METABÓLICAS NO SISTEMA DE SAÚDE NA FASE ADULTA. Gestus - Caderno De Administração E Gestão Pública, 4, 35–51. https://doi.org/10.5380/gestus.v4i0.86060

Edição

Seção

Artigos