Modelagem do incremento basimétrico de Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze em florestas de crescimento antigo e secundárias nos últimos 60 anos
DOI:
https://doi.org/10.5380/rf.v55i1.89129Palavras-chave:
pinheiro-brasileiro, manejo sustentável, área basal.Resumo
O manejo florestal em fitofisionomias com Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze, é um tema relevantes ao longo dos últimos anos, mas ainda faltam abordagens estruturais para entender a dinâmica da espécie em diferentes cenários. Esse estudo dendrocronológico de 60 anos, tem como objetivo o uso de modelos lineares de regressão múltipla para definir variáveis que melhor expliquem o incremento periódico em área basal individual (IgP) de A. angustifolia, em fragmentos de crescimento antigo e secundários. Para as análises foram utilizadas 45 árvores no crescimento antigo e 29 no secundário, que consistiram na determinação da largura dos anéis de crescimento ao longo do tempo, para posterior ajuste de modelos pela função stepwise por meio do método backward, visando a avaliação de suas variáveis quali-quantitativas. Os ajustes dos modelos de crescimento da floresta de crescimento antigo se mantêm estáveis e com precisão superior a 80% ao longo das décadas estudadas, enquanto, nas florestas secundárias, a qualidade dos ajustes tende a diminuir à medida que o tempo passa. Ambos os cenários apresentaram um crescimento de aproximadamente 0,063 m² de área basal individual ao longo dos 60 anos, porém com taxas individuais de incremento periódico diamétrico superior nas florestas secundárias (2,1-16,4 cm), em comparação as florestas de crescimento antigo (1,9-11,5 cm). Concluiu-se que pelo método stepwise, cinco variáveis foram ideais para modelar o crescimento de A. angustifolia, com taxas de crescimento basal semelhantes, mas distintas do crescimento diamétrico, sendo que as florestas de crescimento antigo apresentaram maior estabilidade que as secundárias.
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