Agostinho e o tempo da alma
DOI:
https://doi.org/10.5380/dp.v18i1.71954Palabras clave:
Agostinho, tempo, eternidade, vontade, jubilus, canto.Resumen
Um marco sobre a questão do tempo na História da Filosofia, o livro XI das Confissões de Agostinho de Hipona (354–430) ainda hoje recebe interpretações. O presente artigo menciona pontos que já apresentei noutro texto sobre o tempo como espelho da alma, no entanto ele recebe o acréscimo de dois pontos que mudam a ênfase de minha interpretação prévia: (1) a citação a Josué e (2) a escolha de Deus creator ominum para exemplificar a relação, via tempo, entre ser humano, Deus e o mundo. Mediante a análise textual do livro XI, a seguinte conclusão será encaminhada: embora Agostinho não recuse a existência do tempo como uma realidade independente das vivências humanas, ele privilegia outro aspecto do tempo, medular nas Confissões, a saber, a relação humana com o tempo em correspondência com a intenção da vontade pela qual a vida humana é governada. Em Agostinho, o tempo da vida se compromete com a ética, e reflete o modo como a vontade habita a vida. Tempo e alma, nas Confissões, são interdependentes a ponto de a experiência humana do tempo ser um espelhamento da vontade.
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