Da organização cartesiana à desorganização sadiana: Sade e o conceito de organização nos séculos XVII e XVIII
DOI:
https://doi.org/10.5380/dp.v15i1.56937Palavras-chave:
Sade, organização, disposição da matéria, desorganização, matéria viva, matéria inerte.Resumo
"Organização" é um conceito amplamente empregado nos romances filosóficos de Sade. O sentido do termo, contudo, parece mudar conforme a teoria do personagem. Tal polissemia não é uma invenção de Sade, pois pode-se discernir, em obras filosóficas dos séculos XVII e XVIII, pelo menos cinco significados diferentes para a palavra: um sinônimo de máquina cartesiana, uma disposição específica da matéria que possibilita a vida (Cyrano), a forma com que a matéria viva se dispõe num todo contínuo (Ménuret), um mero arranjo geométrico de partículas (Diderot), uma propriedade da matéria (Robinet). O objetivo deste artigo é esclarecer problemas de interpretação do romance sadiano referentes ao uso do conceito de organização pelos personagens. Para isso, será preciso, primeiro, examinar os principais sentidos do conceito nos séculos XVII e XVIII para aplicar, em seguida, os diferentes significados aos discursos dos libertinos. Trata-se de analisar como a plurivocidade do conceito na Idade Moderna se estende ao romance sadiano e de que maneira um sentido específico de organização modifica teorias acerca de um mesmo objeto ou acorda discursos sobre assuntos diferentes.
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