Analogia técnica e seleção natural. Darwin e Hume
DOI:
https://doi.org/10.5380/dp.v15i1.53310Palavras-chave:
Analogia, Finalidade, Forma, Função, Técnica.Resumo
Pretende-se oferecer uma reconstituição do argumento de Darwin no capítulo 6 da Origem das espécies contra a ideia de finalidade como princípio de explicação das partes funcionais dos seres vivos, de modo a elucidar sua dívida, deliberada ou não, em relação à crítica do finalismo exposta na parte 3 dos Diálogos sobre religião natural. A ideia é situar o ponto preciso em que a teoria de Darwin se vincula à filosofia de Hume, desfazendo, ao mesmo tempo o mal-entendido que encontra no filósofo escocês uma espécie de profeta da teoria da evolução, em pleno século XVIII – um contrassenso que ignora a situação epistemológica da fisiologia e da anatomia no período, ciências para as quais uma teoria como essa teria parecido pura e simples especulação sem base experimental ou teórica. A contribuição de Hume para a biologia do século XIX é outra, e situa-se num nível talvez mais profundo que o da teoria dos seres vivos: consiste em ter solapado em definitivo a noção de que as formas dos seres vivos se deixariam explicar pela funcionalidade que os naturalistas encontram em sua organização específica, vendo aí o sinal de um desígnio. Para Hume, bem como para Darwin, tudo o que há nessa ideia é uma analogia com a forma dos produtos da técnica humana.
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