Os construtivismos kantianos e a construção dos princípios de justiça na obra de Rawls.
DOI:
https://doi.org/10.5380/dp.v10i1.30222Palavras-chave:
justificaçãomoral, construtivismokantiano, RawlsResumo
O objetivo do presente artigo é defender as seguintes teses. Em primeiro lugar, as teorias da justiça de Habermas e Rawls devem ser vistas como duas versões do construtivismo kantiano, entendido como abordagem metaética que pretende reunir anti-realismo e cognitivismo forte. Em segundo lugar, o contraste com o “construtivismo reconstrutivista” de Habermas ajuda a esclarecer de que modo a teoria de Rawls atende à pretensão de universalidade própria do cognitivismo forte. Ao realçar o fato de que o construtivismo de Rawls está baseado no trabalho reflexivo da consciência individual, o contraste com Habermas permite compreender em que sentido os conceitos de equilíbrio reflexivo e consenso sobreposto designam um ideal com pretensão de validade universal, o que desmente o particularismo implicado nas interpretações coerentistas e relativistas destes conceitos.
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