Escritura, encarnação, temporização: Merleau-Ponty e Derrida acerca de A origem da Geometria

Autores

  • Emmanuel Alloa University of St. Gallen, St. Gallen

DOI:

https://doi.org/10.5380/dp.v9i1.29093

Palavras-chave:

Idealidade, História, Mediador, Escritura, Origem, Diferença

Resumo

A história intelectual do século XX tem sido escrita ao longo de um cenário que vê, na morte de Merleau-Ponty em 1961, a linha de divisória entre uma geração existencial e fenomenológica e o evento do estruturalismo imediatamente subsequente. A publicação das notas de leitura de Merleau-Ponty sobre o texto A origem da geometria, de Edmund Husserl,  tem  mostrado  quão  frágeis  são  os  alicerces desta  leitura  simplificadora.  Na verdade,  enquanto  a tradução  e  introdução  de  Derrida  ao  texto  de  Husserl, de  1962, tornavam-se  um  texto  fundamentador  para  a geração  estruturalista, introduzindo  uma reflexão sobre a historicidade e a materialidade da idealidade, foi apenas em 1998, com a publicação das notas da conferência de Merleau-Ponty no Collège de France, em 1959, sobre o mesmo tópico, que se tornou claro quão próximo está o primeiro Derrida do último Merleau-Ponty. Assim como Derrida, Merleau-Ponty identificou, na tensão husserliana entre arqueologia e teleologia, o problema básico da fenomenologia, introduzindo a questão da história  e  a  do  meio  de  transmissão cultural.  Comparar  tais  leituras  em  seu  contexto específico não  apenas  permite  um  retrato  mais  complexo dos  debates  intelectuais  da época, mas também mostra como, com a interpretação de Merleau-Ponty sobre A origem da geometria, a "diferença" de Derrida antecede-se e admite outra genealogia.

 

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Como Citar

Alloa, E. (2012). Escritura, encarnação, temporização: Merleau-Ponty e Derrida acerca de A origem da Geometria. DoisPontos, 9(1). https://doi.org/10.5380/dp.v9i1.29093

Edição

Seção

Merleau-Ponty