Berkeley no país das Luzes: ceticismo e solipsismo no século XVIII
DOI:
https://doi.org/10.5380/dp.v1i2.1928Palavras-chave:
cartesianismo, imaterialismo, Luzes, materialismo, metafísica, ceticismo, solipsismo, cartesianism, immaterialism, Enlightenment, materialism, metaphysics, skepticism, solipsismResumo
A influência do ceticismo nos século XVI e XVII é por demais evidente para ser posta em questão. De Montaigne a Bayle, parece que o cético foi o promotor tanto de uma refutação radical dos princípios metafísicos escolásticos e depois cartesianos quanto de uma crítica feroz às autoridades religiosas e políticas. Ora, esse papel parece ter se amenizado no Século das Luzes, ou melhor, se deslocado - somente as dimensões críticas do social continuaram pertinentes. Pretende-se mostrar aqui o pressuposto de uma tal leitura que leva em conta apenas o aspecto visível da crítica cética e mostrar que o ceticismo, sob uma forma particular (o solipsismo), foi uma das grandes questões da epistemologia das Luzes e que ele é indissociável, para ser compreendido em toda a sua dimensão polêmica, da recepção européia do imaterialismo berkeleyano. O objetivo de nossa intervenção se faz compreender então claramente: explicar primeiramente como uma tal concepção epistemológica pôde nascer em terra cartesiana e quais foram os seus líderes desse solipsismo das Luzes, a supor que os tenha havido, para mostrar, em seguida, porque ela pôde se tornar uma questão metafísica maior no século XVIII, antes de definir, para concluir, os interesses a que ela serviu ou desserviu.
Berkeley in the land of the Enlightenment: skepticism and solipsism in the XVIIIth century
Abstract
The influence of skepticism on the XVIth and XVIIth century is far too evident to be questioned. From Montaigne to Bayle, the skeptic seems to have been the furtherer both of a radical refutation of the metaphysical principles of scholasticism and, later, of Cartesianism, and of a fierce critique of the political and religious authority. Well, this role seems to be diminished, or displaced, in the Enlightenment: only the critical dimensions on the social aspect continue to be pertinent. We would like to show that the parti pris of such a consideration only takes into account the visible aspect of the skeptical critique, and that the skepticism, under a very particular form ( the solipsism), was one of the greatest assets of the Enlightenment epistemology and that, in order to apprehend it thoroughly in its polemical dimension, it is inseparable of the European reception of the Berkeleys immaterialism. The aim of our intervention is easily understood: it is to explain, firstly, how such a epistemological conception could have been born in the land of Descartes and who were the leaders of this solipsism in the Enlightenment, supposing that there were such people, and, secondly, why it could become a major metaphysical asset in the XVIIIth century, before defining, as a conclusion, the interests it has done service or disservice.
Downloads
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores mantêm os direitos autorais e concedem a Doispontos o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY 4.0), que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou em sua página pessoal) antes da publicação ou repositório institucional/temático após a publicação, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).