MÃE OU ASSASSINA? A PERSPECTIVA DA MÍDIA VITORIANA SOBRE MARY ANN COTTON
DOI:
https://doi.org/10.5380/clio.v15i1.98178Palavras-chave:
Mary Ann Cotton, Criminologia Feminista, Maternidade, PeríodicosResumo
A pesquisa investigou o caso de Mary Ann Cotton, uma assassina em série britânica do século XIX, com foco na maneira como a mídia tratou os temas de assassinato e maternidade. Foram analisados os jornais Manchester Evening News e Leeds Mercury, reconhecidos pela cobertura detalhada do caso, para entender como questões de gênero influenciaram a narrativa. Baseada na criminologia feminista e em autores como Foucault, Zaffaroni e Veleda, a pesquisa criticou a visão androcêntrica da criminologia tradicional, evidenciando como a mídia retratava mulheres como ameaças à ordem social. Além disso, os estudos de Perrot e Badinter ajudaram a explorar a idealização da maternidade na Era Vitoriana, associada à pureza, sacrifício e moralidade infantil. Essa idealização contrastava fortemente com a figura de Mary Ann, ressaltando os papéis sociais impostos às mulheres e as tensões geradas quando esses papéis eram rompidos.
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