O inventário de uma vila lacustre

vida material e patrimônio na vila de Viana (Maranhão, 1767-1788)

Autores

  • Brian Gomes Cardoso Aracati Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, Pará.

DOI:

https://doi.org/10.5380/clio.v14i2.96974

Palavras-chave:

Vida material, Viana, Maranhão colonial.

Resumo

A vila de Viana se origina da aldeia jesuítica de Maracu, elevada à vila em 1757, sob os novos ditames de d. José I e seu gabinete pombalino para a capitania do Maranhão. Diante disso, este estudo buscou analisar e compreender a cultura material e o patrimônio de alguns indivíduos detentores de bens na vila de Viana entre 1767 e 1788, amparado na necessidade de se visualizar os efeitos das políticas pombalinas no âmbito da vida material e cotidiana dos moradores locais. Utilizou-se um corpus documental composto de nove inventários post mortem e outros registros notariais. Conjugando-se as escalas micro e macro, a documentação, embora tímida, evidenciou os nexos entre a experiência histórica de Viana e os efeitos das reformas capitaneadas pelo reinado josefino, a partir das microrrealidades extraídas dos patrimônios em foco.

Biografia do Autor

Brian Gomes Cardoso Aracati, Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, Pará.

Graduando em Licenciatura em História pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Atualmente, desenvolve pesquisa sobre a vida material nas expedições demarcatórias do Tratado de Madri nos limites amazônicos na segunda metade do século XVIII. Possui interesse na áreas de História da Amazônia colonial e História da Cultura Material na América colonial.

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Publicado

06-01-2025

Como Citar

Aracati, B. G. C. (2025). O inventário de uma vila lacustre: vida material e patrimônio na vila de Viana (Maranhão, 1767-1788). Revista Cadernos De Clio, 14(2). https://doi.org/10.5380/clio.v14i2.96974

Edição

Seção

Artigos