A invenção da África por meio do fetichismo branco no cinema: uma análise a partir do filme Tarzan, the ape man (1932)
DOI:
https://doi.org/10.5380/clio.v13i1.84784Palavras-chave:
cinema e colonialismo, estereótipo colonial, racismo, representação da África, TarzanResumo
Este artigo tem como objetivo debater a aproximação entre o surgimento do cinema no ocidente e o auge do imperialismo e colonialismo entre os séculos XIX e XX, observando em especial as representações essencialistas e fetichistas da África a partir do filme Tarzan, the Ape man (1932). Dirigido por W. S. Van Dyke e adaptado do romance Tarzan of the Apes, escrito por Edgar Rice Burroughs, em 1912, este foi o primeiro filme sonoro da série de Tarzan. Em relação a abordagem teórica, recorremos ao conceito de “africanismo” proposto pelo filósofo congolês Valentin-Yves Mudimbe, a concepção de “estereótipo” definida por Homi Bhabha e Stuart Hall, bem como as considerações sobre a ambivalência do racismo no processo de construção da identidade negra discutida por Frantz Fanon. Desse modo, também analisamos a ambiguidade intrínseca à representação do primitivo homem branco, historicamente incorporada à figura do personagem criado por Burroughs.
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