Open Journal Systems

Proposta de modelo de serviço de gestão de dados de pesquisa

Luana Farias Sales, Luís Fernando Sayão

Resumo


O planejamento, desenvolvimento, implantação e operação de plataformas de gestão de dados de pesquisa envolvem muitas variáveis que precisam ser adequadamente articuladas. O projeto dessas plataformas constitui-se um problema complexo e multifacetado, cuja solução precisa ser manifestada na forma de serviços que atendam às necessidades dos fluxos de pesquisa de domínios disciplinares específicos, parâmetros informacionais, tecnológicos e científicos, perfis profissionais variados, condicionantes políticas, éticas e legais, e sustentabilidade econômica e temporal. Neste ambiente multifacetado próprio da ciência contemporânea, a questão que se pretende responder é: que tipos de serviços de gestão de dados podem ser oferecidos em uma articulação que permeie os fluxos de trabalhos do ambiente científico, considerando as peculiaridades dos domínios disciplinares e servindo como mecanismo de auxílio para o desenvolvimento de pesquisas e incentivo ao compartilhamento e reuso de dados científicos? Como resposta, desenvolveu-se uma pesquisa de cunho teórico-exploratório que tomou como base metodológica a análise da literatura da área, com ênfase especial em artigos, relatórios, manuais e projetos de infraestrutura de dados, elaborados por pesquisadores e instituições de pesquisa, dando proeminência aos pontos de observação dos atores mais proximamente envolvidos na questão. A partir do inter-relacionamento das diversas variáveis levantadas, apresenta-se como resultado a descrição de um conjunto de serviços que podem ser oferecidos, organizados em um modelo de serviços. Espera-se que esse modelo possa servir como norte para instituições de pesquisa que desejem implantar plataformas de gestão de dados mais próximas das suas comunidades e que sejam aderentes aos padrões e tradições de compartilhamento e o reuso de dados científicos de seus pesquisadores.


Palavras-chave


Serviços de gestão de dados de pesquisa; Dados FAIR; Gestão do conhecimento científico.

Texto completo:

PDF PDF (English)

Referências


Borgman, C. L. (2007). Data: the input and output of scholarship. In Borgman, C. L. (2007) Scholarship in the Digital Age: Information, Infrastructure, and the Internet. London: The MIT Press. doi: 10.7551/mitpress/7434.003.0009

Choudhury, S., Cowles, E., Croft, H. R., Estlund, K., Fary, M., Faustino, G., Hauser, T., Linton, A., Lynch, C., Menard, K., Menor, D., Mônaco, G. E., Nooman, D., Shreeves, S., Ulate, D., & Waters, N. (2018). Research data curation: a framework for an institution-wide services approach. Retirado de https://hsrc.himmelfarb.gwu.edu/libfacpubs/35

Coates, H. L. (2014). Building data services from the ground up: strategies and resources. Journal of eScience Librarianship, 3(1), 52-59. doi: 10.7191/jeslib.2014.1063

European Commission (2020). Six recommendations to implementation of FAIR practices. Bruxelas: European Commission. doi: 10.2777/986252

Erway, R., Horton, L., Nurnberger, A., Otsuji, R., & Rushing, A. (2016). Building blocks: laying the foundation for a research data management program. Dublin: OCLC. Retirado de https://files.eric.ed.gov/fulltext/ED589141.pdf

Fearon Jr., D., Gunia, B. Pralle, B. E., Lake, S., & Sallans, A. L. (2013). SPEC Kit 334: Research data management services. Washington, DC: Association of Research Libraries. doi: 10.29242/spec.334

Gil, A. C. (2002). Como elaborar projetos de pesquisa. 4a ed. São Paulo: Atlas.

Graaf, M. van der & Waaijers, L. (2011). A surfboard for riding the wave: towards a four country action programme on research data. Copenhagen: Knowledge Exchange. Retirado de http://hdl.voced.edu.au/10707/183860

Jones, S., Prior, G. & White, A. (2013). How to develop research data management services – a guide for HEIs. Edinburgh: Digital Curation Centre. Retirado de https://www.dcc.ac.uk/guidance/how-guides/how-develop-rdm-services

Kouper, I., Fear, K., Ishida, M., Kollen, C., & Williams, S. C. (2017). Research Data Services Maturity in Academic Libraries. In L. R. Johnston (ed.). Curating research data: practical strategies for your digital repository. (vol. 1, pp. 153-170). Chicago: Association of College and Research Libraries. Retirado de https://experts.illinois.edu/en/publications/research-data-services-maturity-in-academic-libraries

Leonardi, P. M. (2010). Digital materiality? How artifacts without matter, matter. First Monday, 15(6-7). doi: 10.5210/fm.v15i6.3036

Marín-Arraiza, P., & Vidotti, S. (2019). Implementação de serviços institucionais de administração de dados. Liinc em Revista, 15(2). doi: 10.18617/liinc.v15i2.4819

Mayernik, M. S., Choudhury, G. S., DiLauro, T., Metsger, E., Pralle, B., Rippin, M., & Duerr, R. (2012). The data conservancy instance: infrastructure and organizational services for research data curation. D-Lib Magazine, 18(9-10). doi:10.1045/september2012-mayernik

Mons, B., Neylon, C., Velterop, J., Dumontier, M., Santos, L. O. B. da S., & Wilkinson, M. D. (2017). Cloudy, increasingly FAIR; revisiting the FAIR Data guiding principles for the European Open Science Cloud. Information Services & Use, 37(1), 49-56. doi: 10.3233/ISU-170824

Mushi, G. E., Pienaar, H., & Deventer, M. van. (2020). Identifying and implementing relevant research data management services for the library at the University of Dodoma, Tanzania. Data Science Journal, 19(1), 1-9. doi: 10.5334/dsj-2020-001

National Research Council. (2015). Preparing the workforce for digital curation. Washington, D.C.: The National Academies Press. doi: 10.17226/18590.

Reed, R. B. (2015). Diving into data: Planning a research data management event. Journal of Escience Librarianship, 4(1). doi: 10.7191/jeslib.2015.1071

Sayão, L. F. (2001). Modelos teóricos em ciência da informação - abstração e método científico. Ciência da informação, 30(1), 82-91. doi: 10.1590/S0100-19652001000100010

Sayão, L. F., & Sales, L. F. (2020). Afinal, o que é dado de pesquisa? BIBLOS, 34(2). Recuperado de https://www.seer.furg.br/biblos/article/view/11875

Solomonides, A. (2019). Research data governance, roles, and infrastructure: methods and applications. In R. L. Richesson, & J. E. Andrews (Ed.), Clinical Research Informatics (291-310). Cham: Springer. doi: 10.1007/978-3-319-98779-8_14

Strasser, C. (2015). Research data management. Baltimore: NISO. Retirado de https://wiki.lib.sun.ac.za/images/2/24/PrimerRDM-2015-0727.pdf

Tang, R. & Hu, Z. (2019). Providing Research Data Management (RDM) Services in Libraries: Preparedness, Roles, Challenges, and Training for RDM Practice. Data and Information Management, 3(2), 84-101. doi: 10.2478/dim-2019-0009

Tenopir, C., Birch, B. & Allard, S. (2012). Academic libraries and research data services: Current practices and plans for the future. Chicago, IL: Association of College and Research Libraries. Retirado de https://trace.tennessee.edu/utk_dataone/20/

Wilkinson, M. D., Dumontier, M., Aalbersberg, I. J., Appleton, G., Axton, M., Baak, A., Blomberg, N., Boiten, J-W., Santos, L. B. da S., Bourne, P. E., Bouwman, J., Brookes, A. J., Clark, T., Crosas, M., Dillo, I., Dumon, O., Edmunds, S., Evelo, C. T., Finkers, R., … Mons, B. (2016). The FAIR Guiding Principles for scientific data management and stewardship. Scientific data, 3(1), 1-9. doi: 10.1038/sdata.2016.18

Wilson, J. A. J., Martinez-Uribe, L., Fraser, M. A., & Jeffreys, P. (2011). An institutional approach to developing research data management infrastructure. The International Journal of Digital Curation, 6(2). doi: 10.2218/ijdc.v6i2.203




DOI: http://dx.doi.org/10.5380/atoz.v11i0.85765

Apontamentos

  • Não há apontamentos.