Museus: de gabinetes de curiosidades a especializados sistemas de informação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/atoz.v11i0.84213

Palavras-chave:

museus, unidades de informação, informação cultural, sistema de informação museal

Resumo

Introdução: Este artigo visa contribuir na ampliação do conhecimento social no que tange a trajetória evolutiva dos museus, desde às suas origens como acumuladores de singulares artefatos, até a sua transição para, também, especializados sistemas provedores e condutores de informação. Está organizado de forma a apresentar o nascimento destas instituições, o surgimento das teorias que suportam a concepção dos objetos musealizados como documentos informativos – ilustrando, com isso, as prerrogativas da documentação museológica – além de contextualizar novos usos e ciclos da informação nestes espaços, privilegiando o olhar da Ciência da Informação. Método: Para tanto, pautou-se no levantamento de estudos que dão subsídios à compreensão do contexto investigativo, tendo como laboratório principal o desenvolvimento de tese de doutoramento com mesma temática no Programa de Pós-Graduação em Gestão e Organização do Conhecimento da Universidade Federal de Minas Gerais. Resultados: Como resultado, propõe-se um modelo do fluxo informacional em museus, salientando aspectos que permitam visualizá-lo como um sistema. Conclusão: Vê-se, com o artigo, que relacionado a mudança de paradigma nos espaços museais, está a modificação das necessidades informacionais da comunidade global, provenientes, por exemplo, do advento da Sociedade da Informação e de movimentos sociais, como o da Nova Museologia. A pesquisa é justificada, por sua vez, por levantar discussões sobre o fluxo da informação no sistema de informação museal, corroborando o agrupamento de conhecimentos que agreguem ao escopo de campos científicos que lidem com o museu, com a informação e com a audiência destes espaços.

Biografia do Autor

Larissa Fernandes Dutra, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Minas Gerais

Turismóloga pelo Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais (2016). Mestre em Gestão e Organização do Conhecimento pela Escola de Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais (2018). Doutoranda em Gestão e Organização do Conhecimento pela Escola de Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais. Membro dos grupos de pesquisa Turismo, economia, cultura e território (CNPq) e Estudos em Museologia, Arte e Estética na Tecnologia, Educação e Ciência (MUSAETEC - ECI UFMG).

Frederico César Mafra Pereira, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Minas Gerais

Doutor e Mestre em Ciência da Informação pela Escola de Ciência da Informação (ECI) da UFMG, Bacharel em Ciências Econômicas pela FACE-UFMG, e Especialista em Gestão Estratégica de Marketing pelo CEPEAD-UFMG. Educador há 20 anos, atualmente como Professor Adjunto da Universidade Federal de Minas Gerais, na Escola de Ciência da Informação, Departamento de Tecnologia e Gestão da Informação (DTGI), e como Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Gestão & Organização do Conhecimento da Universidade Federal de Minas Gerais, na linha de pesquisa Gestão & Tecnologia da Informação e Comunicação (GETIC). Pesquisador nos temas sobre Gestão da Informação e do Conhecimento, Inteligência Competitiva, Transformação Digital, Gestão da Inovação e Estratégia. É mentor e palestrante, e Editor Associado do The Bottom Line Journal of Emerald.

Referências

BARBUY, H. (2008). Documentação museológica e a pesquisa em museus. In: GRANATO, Marcos.; SANTOS, Claudia Penha dos.; LOUREIRO, Maria Lucia N. M. Documentação em museus. Rio de Janeiro: MAST Colloquia, v. 10.

BEARMAN, D. (2014). “Informação em museus em um contexto social”. In: BEVILACQUA, Gabriel Moore Forell (Org.). II Seminário Serviços de Informação em Museus: O trabalho da informação em instituições culturais: em busca de conceitos, métodos e políticas de preservação. Pinacoteca, São Paulo:Assahi Gráfica e Editora. p. 39-54.

BRIET, S. (1951). What is Documentation? Tradução: Ronald E. Day e Laurent Martinet. Tradução de: Qu'est-ce que la documentation? Recuperado de: http://ella.slis.indiana.edu/~roday/what is documentation.pdf.

BUCKLAND, M. K. (1991). Information as thing. Journal of the American Society for Information Science (JASIS), v.45, n.5, p.351-360.

CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) (2020). Recuperado de: https://www.gov.br/capes/pt-br.

DESVALLÉES, A.; MAIRESSE, F. (2013). (Eds) Conceitos-chave de Museologia. Tradução: SOARES, B. B.; CURY, M. X. São Paulo: Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Museus/ Pinacoteca / Secretaria de Estado da Cultura. 100 p.

DUTRA, L. F.; GOSLING, M. S. (2021). Analisando sentimentos no TRIPADVISOR: a voz do consumidor como parâmetro decisório na medição da qualidade da informação em museus. Informação e Sociedade, João Pessoa, v. 31, n. 1. DOI: 10.22478/ufpb.1809-4783.2021v31n1.54087.

FARIA, D. M. C. P.; MONTE-MÓR, R. L. M. (2014). El cambio cultural y los museos: nuevas posibilidades, viejas utopías. ICAT, Internacional Conference on Advanced Technology & Sciences. Alicante, Espanha.

FERNANDEZ, L. A. (1993). Museología: Introducción a la teoría y práctica del museo. Ediciones Istmo S. A: Madrid, España. 424 p.

FERREZ, H. D. (1991). Documentação museológica: teoria para uma boa prática. In: FÓRUM NORDESTINO DE MUSEU: IBPC/Fundação Joaquim Nabuco. Recuperado de: http://www.crnti.edu.uy/02cursos/ferrez.doc.

FORMULÁRIO DE VISITAÇÃO ANUAL (FVA) (2017). Recuperado de https://www.museus.gov.br/wp-content/uploads/2018/07/RESULTADOS-FVA-20171.pdf.

GODOY, K. E.; SANCHES, F. (2014). Turistas on-line: produção, distribuição e qualidade das informações para o turismo em museus. In: BEVILACQUA, G. M. F. (Org.). II Seminário Serviços de Informação em Museus: O trabalho da informação em instituições culturais: em busca de conceitos, métodos e políticas de preservação. Pinacoteca, São Paulo: Assahi Editora p. 209-219.

GOUVEIA JUNIOR, M.; GALINDO, M. (2012) Sistemas memorias como disseminadores de informação. TransInformação, Campinas, 24(3):207-217, set./dez., 2012.

GOUVEIA JUNIOR, M. (2014). O novo museu e a sociedade da informação. Perspectivas em Ciência da Informação, v.19, n.4, p.81-93, out./dez.

ICOM, International Council of Museums. (1984). Declaração de Quebec –Princípios de Base de uma Nova Museologia 1984. Quebec.

ICOM, International Council of Museums. (2006). Missions and objectives. Recuperado de https://icom.museum/en/about-us/missions-and-objectives/ Acesso em: 02/05/2020.

JULIÃO, L. (2006). Apontamentos sobre a História do Museu. Caderno de Diretrizes Museológicas - Brasília: Ministério da Cultura / Instituto do Patrimônio Historico e Artístico Nacional. Superintendência de Museus. 2º Edição, Belo Horizonte. p. 19 - 32.

LOUREIRO, M. L. N. M. (2004). Webmuseus de arte: aparatos informacionais no ciberespaço. Ci. Inf., Brasília, v. 33, n. 2, p. 97-105, maio/ago.

MARQUES, I. C. (2010). O museu como sistema de informação. Dissertação de Mestrado em Museologia – Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Portugal, 165 p.

MARTINS, L. C.; NAVAS, A. M.; CONTIER, D.; SOUZA, M. P. C. (2013). Que público é esse? Formação de públicos de museus e centros culturais. 1ª Edição, São Paulo: Percebe.

OJEDA, J. M. Y. (2016). O objeto não fala por si só: o papel da mediação documentária nos acervos musealizados. Dissertação – Escola de Ciência da Informação, UFMG, Belo Horizonte, 96 p.

OTLET, P. (1937). Documentos e documentação: introdução aos trabalhos do Congresso Mundial da Documentação Universal. Paris. Recuperado de http://www.conexaorio.com/biti/ . Acesso em: 24/05/2020.

POMIAN, K. Coleção. (1984). In: ENCICLOPÉDIA Einaudi. Lisboa: Imprensa Nacional, Casa da Moeda. v. 1, p. 51-86.

PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. (2013). Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. Universidade Feevale, 2ª edição. Rio Grande do Sul.

ROQUE, M. I. R. (1990). A comunicação no museu. Dissertação de Mestrado em Museologia e Patrimônio Artístico, Universidade Lusíada de Lisboa, 1990. 111 p.

SOARES, E. (2017). Documentação e Informação no Contexto Museológico. Revista Museologia & Interdisciplinaridade, v. 6, p. 258-268.

YASSUDA, S. N. (2009). Documentação museológica: uma reflexão sobre o tratamento descritivo do objeto no Museu Paulista. Dissertação de Mestrado em Ciências da Informação. Unesp – Universidade Estadual Paulista. Marília. 123 p.

Downloads

Publicado

2022-12-31

Como Citar

Dutra, L. F., & Pereira, F. C. M. (2022). Museus: de gabinetes de curiosidades a especializados sistemas de informação. AtoZ: Novas práticas Em informação E Conhecimento, 11, 1–11. https://doi.org/10.5380/atoz.v11i0.84213

Edição

Seção

Artigos