Dinâmica da Vegetação e de Paleoincêndios em Floresta Montana no Holoceno Médio e Tardio (últimos 6.000 Anos), na região serrana do Sudeste do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5380/qeg.v15i0.95546Palavras-chave:
Mudanças na paleovegetação, Região serrana do Brasil, Incêndios no Holoceno, PaleoambientesResumo
O presente estudo tem como objetivo investigar a dinâmica da vegetação e a ocorrência de incêndios locais durante o Holoceno Médio e Tardio no domínio montanhoso da Serra do Mar (SE, Brasil). A investigação envolveu a análise de partículas de carvão, amostras de pólen e isótopos estáveis em testemunhos de sedimentos coluviais, na porção superior da Bacia do Rio Macaé (Estado do Rio de Janeiro), a fim de identificar mudanças paleoambientais. Estudos anteriores conduziram análises de isótopos estáveis e datação por radiocarbono, indicando uma escala de tempo inserida no Holoceno Médio e Tardio (últimos 6.000 anos cal AP). Dois testemunhos foram coletados para análises palinológicas e de partículas de carvão e os resultados indicaram três mudanças significativas na composição da vegetação durante este período. As análises indicam que os incêndios desempenharam um papel de grande influência na dinâmica da vegetação da floresta tropical montana. Por volta de 6.000 anos cal AP, a floresta se misturava com a vegetação herbácea-arbustiva, caracterizada por uma abundância de gramíneas e arbustos com presença de incêndios frequentes. Entre 4.500 e 2.000 anos cal AP, ocorreu uma transição para uma floresta de dossel mais denso, com crescente dominância de espécies de árvores como de Ilex, Alchornea e Machaerium, acompanhada por uma diminuição na atividade de incêndios. Apesar da expansão da floresta, os incêndios ainda ocorreram e se tornaram ainda mais frequentes nos últimos 900 anos cal AP, levando a uma diminuição na densidade de árvores e abertura do dossel. Os picos de partículas de carvão atingiram níveis máximos ao longo dos últimos séculos, sendo relacionados à ação antrópica local.
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