Open Journal Systems

Análise da vulnerabilidade ambiental à degradação dos solos na vertente úmida do Maciço de Uruburetama/CE

Eduardo Viana Freires, Cláudio Ângelo da Silva Neto, Cynthia Romariz Duarte, César Ulisses Vieira Veríssimo, Daniel Dantas Moreira Gomes, Maykon Targino da Silva, Tomaz Alexandre da Silva Neto

Resumo


As características físicas observadas no Maciço de Uruburetama/CE impõem certos limites ao uso e ocupação do espaço, e sinalizam para a necessidade de se implementar medidas orientadas a reduzir os impactos ambientais e econômicos. A expansão urbana e das atividades primárias promovem intervenções que comprometem os recursos naturais e a sustentabilidade agrícola no maciço. Nesse sentido, essa pesquisa objetivou analisar a vulnerabilidade ambiental à degradação dos solos a partir de uma análise multicritério e álgebra de mapas envolvendo as seguintes variáveis: cobertura e uso da terra, vulnerabilidade natural à perda de solos, erosividade, erodibilidade e densidade de lineamentos. A integração das variáveis em ambiente SIG permitiu constatar que as classes de vulnerabilidade Alta e Muito Alta se distribuem principalmente nas encostas do maciço, estando associadas às características físicas dominantes e ao grau de alteração antrópica. As áreas de menor vulnerabilidade ocorrem no domínio da Depressão Sertaneja e nos setores mais elevados do maciço, de difícil acesso, e com cotas altimétricas entre 600 e 1.000 m. O mapa de vulnerabilidade ambiental à perda de solos se constitui como instrumento de suporte à gestão e ao planejamento ambiental para orientar o uso e ocupação na vertente úmida do Maciço de Uruburetama e entorno.



Palavras-chave


Análise Muticritério; SIG; Planejamento.

Texto completo:

PDF/A

Referências


ABNT. 1989. Normas técnicas que fixa as características técnicas e os métodos para a verificação e a calibração de peneiras para ensaio, constituídas de telas de fios metálicos tecidos. NBR 5734: peneiras para ensaios com telas de tecido metálico. Rio de Janeiro.

ABNT. 1986. Normas técnicas para ensaios em solos. NBR 6457: Preparação para ensaios de compactação e ensaios de caracterização. Rio de Janeiro.

ABNT. 1984. Normas técnicas para ensaios em solos. NBR 7181: Análise granulométrica. Rio de Janeiro.

ABNT. 1995. Normas técnicas para ensaios em solos. NBR 13292: Determinação do coeficiente de permeabilidade de solos granulares à carga constante. Rio de Janeiro.

ABNT. 1996. Normas técnicas para ensaios em solos. NBR 13600: Determinação do teor de matéria orgânica por queima a 440ºC. Rio de Janeiro.

ABNT. 2000. Normas técnicas para ensaios em solos. NBR 14545: determinação do coeficiente de permeabilidade de solos argilosos a carga variável. Rio de Janeiro.

BRANDÃO, R.L. 2003. Zoneamento Geoambiental da região de Irauçuba/CE. Texto explicativo. Carta Geoambiental. Fortaleza: CPRM. 67 p.

BRANDÃO, R.L., FREITAS, L.C.B. Geodiversidade do estado do Ceará. Fortaleza: CPRM, 2014. 214 p.

CARMO, A.M., SOUTO, M.V.S., DUARTE, C.R., MESQUITA, A.F. Análise de Risco Ambiental a Erosão Gerada a partir de produtos de sensores remotos: MDE Topodata e Landsat 8. In: Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, 17., 2015, João Pessoa. Anais do XVII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto. São José dos Campos: INPE, 2015. p. 5927-5934. ISBN 978-85-17-0076-8.

CMRP-CERENA, Centro de Recursos Naturais e Ambiente. Geostatistical Modeling Software (GeoMS version 2001), Lisboa, Portugal.

CARVALHO, N.O. 1994. Hidrossedimentologia prática. Rio de Janeiro: CPRM, 372 p.

CAVALCANTE, J.C., VASCONCELOS, A.M., MEDEIROS, M.F., PAIVA, I.G. 2003. Mapa Geológico do Estado do Ceará. 1 ed. Escala 1:500.000. CPRM, Fortaleza.

CORDEIRO, A.M.N., CARVALHO, I.P., BASTOS, F.H. LIMA, D. L.S. 2019. O papel das estruturas litológicas na dinâmica e evolução do Maciço de Uruburetama, Ceará, Brasil. Revista da Casa da Geografia de Sobral (Online) 21, 81-93.

CREPANI, E., MEDEIROS, J.S., AZEVEDO, L.G., HERNANDEZ FILHO, P., FLORENZANO, T.G., DUARTE. V. 1996. Curso de sensoriamento remoto aplicado ao zoneamento ecológico-econômico. Metodologia desenvolvida para subsidiar o Zoneamento Ecológico-Econômico e capacitar os técnicos dos Estados da Amazônia Legal (Convenio SAE/INPE). São José dos Campos: INPE, 18 p.

CREPANI, E., MEDEIROS, J.S., PALMEIRA, A.F., SILVA, E.F. 2008. Zoneamento ecológico-econômico. In: FLORENZANO, T.G. (Ed.). Geomorfologia: conceitos e tecnologias atuais. São Paulo: Oficina de textos, p. 285 -317.

ESRI – Environmental Systems Research Institute. 2017. Software ArcGis Desktop (version 10.5). Redlands, Estados Unidos.

FETTER, A.H., VAN SCHMUS, W. R., SANTOS, T. J. S., NOGUEIRA NETO, J. A., HENRIARTHAUD, M. 2000. U-Pb and Sm-Nd geochronological constraints on the crustal evolution and basement architecture of Ceará State, NW Borborema Province, NE Brazil: implication for the existence of the Paleoproterozoic Supercontinent “Atlantica”. Revista Brasileira de Geociências, São Paulo, v. 30, n. 1, p. 102-106. DOI: 10.25249/0375-7536.2000301102106

FILIZOLA, H.F., ALMEIDA FILHO, G. S., CANIL, K., SOUZA, M.D., GOMES, M.A.F. 2011. Controle dos processos erosivos lineares, ravina e voçorocas, em áreas de solos arenosos. Jaguariúna: EMBRAPA Meio Ambiente. Disponível em: Acesso em: 23 mai. 2021.

FREIRES, E.V. SILVA NETO, C. A., DUARTE, C. R., VERISSIMO, C.U.V., GOMES, D. D. M., MAIA, A.O. 2021 Diagnóstico da degradação ambiental na Vertente Úmida do Maciço de Uruburetama/CE e seu entorno. Ciência e Natura, Santa Maria, v. 43, e18, p. 1-55. Disponível em: https://doi.org/10.5902/2179460X40521. Acesso em: 02, mês abr., 2024.

FREIRES, E.V., SILVA NETO, C.A., CUNHA, D.S.R., DUARTE, C.R., VERÍSSIMO, C.U.V., GOMES, D.D.M. 2019. Comparação de Imagens OLI/Landsat-8 e MSI/Sentinel-2 no Mapeamento de Cobertura e Uso da Terra no Maciço de Uruburetama, Ceará. Anuário do Instituto de Geociências, v. 42, n. 4, p. 427-442.

FREIRES, E.V., SILVA NETO, C.A., DUARTE, C.R., VERÍSSIMO, C.U.V., GOMES, D.D.M., SILVA, M.T., LOPES, D.N. 2023. Mapeamento da erosividade e erodibilidade da vertente úmida do Maciço de Uruburetama/CE e entorno como subsídio ao planejamento ambiental. Revista de Geociências do Nordeste, v. 9 n. 2, p. 21-40.

FREIRES, E.V., SILVA NETO, C.A., DUARTE, C.R., VERÍSSIMO, C.U.V., GOMES, D.D.M., SOUZA, A.E.P., SILVA, M.T. 2020. Influência de lineamentos estruturais no desencadeamento dos movimentos de massa no Maciço de Uruburetama, Ceará. Revista Brasileira de Geografia Física, v.13, n. 3, p.1294-1308.

FREIRES, E.V., SILVA NETO, C.A., SILVA, M.T., DUARTE, C.R., VERÍSSIMO, C.U.V., GOMES, D.D.M. 2019. Analysis of the natural vulnerability of soil loss in the Uruburetama Massif/CE. Journal of Hyperspectral Remote Sensing, v. 9, n. 3, p. 116-130.

GUERRA, A.J.T. 2011. Encostas urbanas. In: GUERRA, A.J.T (Ed.). Geomorfologia Urbana. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, p. 13 - 42.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2023. Portal das cidades: panorama/ população. Brasília. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br. Acesso em: 15 set. 2023.

IBGE. Diretoria de Geodésia e Cartografia. Mapa temático de Pedologia. Escala 1:250.000. Rio de Janeiro: IBGE, 2017. 1 mapa em Formato vetorial. Disponível em: ftp://geftp.ibge.gov.br/informacoes_ambientais/pedologia/vetores/escala_250_mil/recorte_milionesimo/. Acesso em: 15 fev. 2018.

INPE, INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. SPRING. Versão 5.5.3. São José dos Campos, 2018. Disponível em:http://www.dpi.inpe.br/SPRING/portugues/download.php. Acesso: 01 jul. 2018.

IPECE, Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará. 2007. Secretária do Planejamento e Gestão do Estado do Ceará. Mapa das unidades fitoecológicas do Estado do Ceará. Fortaleza: IPECE. Escala 1:250.000

LIMA, D.L.S., CORDEIRO, A.M.N., BASTOS, F.H. 2015. Agentes condicionantes e desencadeadores de movimentos gravitacionais de massa na vertente úmida do maciço de Uruburetama, Ceará, Brasil. Revista Brasileira de Geografia Física, v. 8, n. 4, p. 1142-1157.

LOPES, M.J.S., DIAS FILHO, M.B., GURGEL, E.S.C. 2021. Successful plant growth-promoting microbes: inoculation Methods and Abiotic Factors. Frontiers in Sustainable Food Systems, v. 5, n. 606454, p. 1-13

MAIA, R.P., CASTRO, H.S. 2017. Erosão Diferencial e Propriedades Geomorfológicas das Rochas- Exemplos do NE Brasileiro. Revista de Geociências do Nordeste (Online) 3, 1-15.

MCKENZIE, N.J., COUGHBON, K.J., CRESSWELL, H.P. 2002. Soil Physical Measurements and Interpretation for Land Evaluation. Melbourne: CSIRO Publishing, 392p.

MENDONÇA, F., DANNI-OLIVEIRA, I.M. 2007. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 206p.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012 (Novo Código Florestal) - Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nºs 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Brasília (Brasil): Ministério do Meio Ambiente; 2012.

NASCIMENTO NETO, J.N., FALCÃO SOBRINHO, J., FALCÃO, C.L.C. 2020. Agricultura na Serra de Uruburetama, Ceará. Geopauta, v. 4, n. 1, p. 49-68.

PALMIERI, F., LARACH, J.O.I. 2004. Pedologia e geomorfologia. In: GUERRA, A.J.T.; CUNHA, S.B (Ed.). Geomorfologia e meio ambiente. 5ª ed. Bertrand Brasil: Rio de Janeiro, p. 59 – 122.

PCI GEOMATICS. Software PCI Geomática (version 2018). Markhan, Canadá, 2018

RIFFEL, E.S., GUASSELLI, L.A., BRESSANI, L.A. 2016. Desastres associados a movimentos de massa: uma revisão de literatura. Boletim Goiano de Geografia (Online) 36, 285-101, DOI: 10.5216/bgg.v36i2.42796.

RIBEIRO, S.C., MARÇAL, M.S., CORRÊA, ANTÔNIO C.B. 2010. Geomorfologia de Áreas Semiáridas: Uma Contribuição ao Estudo dos Sertões Nordestinos. Revista de Geografia (Online) 27, 120-137.

ROSS, J.L.S. 2004. Geomorfologia aplicada aos EIAs-RIMA. In: GUERRA, A.J.T.; CUNHA, S.B. (Ed.). Geomorfologia e meio ambiente. 5ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, p. 291 - 335.

SCHOBBENHAUS, C., NEVES, B. B. B. 2003, A Geologia do Brasil no Contexto da Plataforma Sul-Americana. In: BIZZI, L. A., SCHOBBENHAUS, C., VIDOTTI, R. M., GONÇALVES, J. H. (Org.). Geologia, tectônica e recursos minerais do Brasil. Brasília: CPRM - Serviço Geológico do Brasil, 692 p.

SILVA, M. V. C., BRITO, E. G. 2008. Análise Geoambiental da Serra de Uruburetama - Ceará. Geografia. Ensino & Pesquisa (UFSM), v. 12, p. 1440-1454.

SOUZA, M.J.N., OLIVEIRA, V.P.V. 2006. Os enclaves úmidos e sub-úmidos do semi-árido do nordeste brasileiro. Mercator - Revista de Geografia da UFC, v. 5, n. 09, p. 85-102.

USGS. United States Geological Survey. Imagem MSI/Sentinel-2. Departamento do Interior Disponível em: < http://earthexplorer.usgs.gov/>. Acesso em: 5 mai. 2018.

VALERIANO, M.M. 2008. Topodata: guia para utilização de dados geomorfológicos locais. São José dos Campos: INPE. 72p.

WISCHMEIER, W.H., JOHNSON, C.B., CROSS, B.V. 1971. A soil erodibility nomograph for farmland and construction sites. J. Journal of Soil and Water Conservation, v. 26, n.5, p. 189-193.

WISCHMEIER, W.H., SMITH D.D. 1978. Predicting rainfall erosion losses: a guide to conservation planning. Agriculture handbook. Washington. D.C: US. Department of Agriculture, 60p.




DOI: http://dx.doi.org/10.5380/qeg.v15i0.93424