Minerais pesados da plataforma continental interna adjacente à Ilha de Santa Catarina, SC, Brasil

Autores

  • José Gustavo Abreu Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar, Universidade do Vale do Itajaí
  • Rafael Ferreira Langella Instituto Somos do Mar
  • Norberto Olmiro Horn Filho Universidade Federal de Santa Catarina Departamento de Geologia
  • Lauro Júlio Calliari Universidade Federal do Rio Grande Instituto de Oceanografia
  • Rodrigo Sant'ana Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar, Universidade do Vale do Itajaí

DOI:

https://doi.org/10.5380/abequa.v11i1.73199

Palavras-chave:

Mineralogia, Sedimentologia, Plataforma Continental, Santa Catarina

Resumo

A plataforma continental interna adjacente à ilha de Santa Catarina, litoral do estado de Santa Catarina, região Sul do Brasil, foi estudada objetivando analisar a ocorrência de pláceres de minerais pesados nos sedimentos superficiais. Para isso foram coletadas 100 amostras entre 15 e 50m de profundidade usando um amostrador van Veen que foram analisadas quanto à granulometria com peneiras de malha entre 0,180-0,090mm e separação gravimétrica com uso de bromofórmio. Os minerais foram identificados com uso de lupa binocular e calculadas as porcentagens relativas de cada espécie de mineral pesado. Algumas amostras foram selecionadas para serem submetidas ao separador isodinâmico Frantz de forma a parametrizar a análise mineralógica de todo conjunto amostral. Uma análise multivariada (vetorial modo Q-R) foi aplicada para identificar possíveis relações entre a ocorrência dos minerais com a variável profundidade e distância da costa. Aplicou-se também o índice entre as percentagens de zircão, turmalina e rutilo (índice ZTR) para avaliar a maturidade dos depósitos e especular sobre suas proveniências. As análises demonstraram que as concentrações mais significativas são de turmalina, ilmenita e epidoto, com ocorrência secundária de hornblenda e tremolita. Os resultados permitiram também um melhor entendimento sobre as distribuições das principais assembleias mineralógicas e forneceram informações para a gestão dos recursos minerais presentes na ZEE brasileira e orientar orgãos públicos em futuras tomadas de decisões, de forma a assegurar a explotação sustentada e a devida preservação da plataforma continental brasileira.

Referências

Abreu J.G.N. 1998. Contribuição sedimentológica da plataforma continental interna de Santa Catarina entre a foz do rio Tijucas e a foz do rio Itapocu. Rio de Janeiro. 63p. Dissertação de mestrado. Programa de Pós-graduação em Geologia Marinha. Universidade Federal Fluminense.

Abreu J.G.N. 2010. Sedimentologia, sismoestratigrafia e evolução da plataforma continental interna na área sob influência dos rios Itajaí-Açu e Camboriú, litoral Centro-Norte de Santa Catarina. Porto Alegre. 140p. Tese de doutorado. Programa de Pós-graduação em Geociências. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Addad J. 2001 Minerais pesados: uma ferramenta para prospecção, proveniência, paleogeografia e análise ambiental. 1. Ed. Belo Horizonte: Imprensa Universitária da UFMG, 2001. v.1. 72p.

Almeida E.S. 2004. Geologia da ilha - SC. In: BASTOS, M. D. A. (Coord.). Atlas do município de Florianópolis. Florianópolis: Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis. p.18-23.

Almeida F.F.M. 1953. Contribuição à geologia da região Oriental de Santa Catarina. Associação dos Geólogos Brasileiros. São Paulo, v.3, p.10-37. Tomo 1.

Almeida F.F.M. de; Hasui Y.; Neves B.B. de B. 1976. The upper Precambrian of South America. Boletim do Instituto de Geociências, 7:45-80.

Ayup-Zouain R.N.; Corrêa I.C.S.; Tomazelli L.J.; Dillenburg S.R. 2001. Dispersão e proveniência dos minerais pesados nos sedimentos de fundo da plataforma continental sul-brasileira, uruguaia e norte-Argentina. In: VIII CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTUDOS DO QUATERNÁRIO, ABEQUA. Boletim de Resumos. Imbé, RS. p.126-127.

Berquist Jr., C.R. 1990. Chemical analysis of offshore heavy-mineral samples. In: Heavy Mineral Studies (BERQUIST JR., C.R., editor), Virginia Division of Mineral Resources. Publication 103-109, Charlottesville, Virginia, USA.

Calliari L.J.; Fischeler C.1990. Heavy mineral variability and provenance of the Virginia inner shelf and lower Chesapeake bay. Special publication. Virginia Division of Mineral Resources, Reston, Virginia. EUA. V. 103 p.95-107.

Camargo M.G. 2006. SysGran: um sistema de código aberto para fazer análises granulométricas do sedimento, Rev. Bras. de Geoc. 36(2): 371-378.

Caruso Jr., F. 1993. Mapa geológico da ilha de Santa Catarina, escala 1:100.00: texto explicativo e mapa. Notas Técnicas, 6:1-28.

Caruso Jr. F. & Araújo S.A. 1997. A planície de chenniers da baía de Tijucas, litoral de Santa Catarina. In: SEMANA NACIONAL DE OCEANOGRAFIA, 10, Itajaí, 1997. Anais.... Itajaí: UNIVALI, p.40- 43.

Carver R.E. 1971. Settling analysis. In: Procedures in Sedimentary Petrology. New York: Wiley-Interscience. 427-452p.

Cascalho J.P.V.R. 2000. Mineralogia dos sedimentos arenosos da margem continental setentrional portuguesa. Lisboa. 400p. Tese de doutorado. Faculdade de Ciências. Universidade de Lisboa.

Cavalcanti, V.M.M. 2011. Plataforma continental: a última fronteira da mineração brasileira. Brasília: DNPM, 104 p.

Corrêa I.C.S. 1979. Paleolinhas de costa na plataforma continental entre São Paulo e Santa Catarina. In: SIMPÓSIO REGIONAL DE GEOLOGIA. 2. Rio Claro. Atas. Rio Claro: p.269-278.

Corrêa I.C.S. 1980. Distribuição dos sedimentos modernos da plataforma continental entre São Paulo e Santa Catarina. Pesquisas, 13:109-141.

Corrêa I.C.S.; Ayup-Zouain R. N.; Weschenfelder J.; Tomazelli L. J. 2008. Áreas fontes dos minerais pesados e sua distribuição sobre a plataforma continental sul-brasileira, uruguaia e norte-Argentina. Revista Pesquisas em Geociências, 35(1):137- 150.

Corrêa I.C.S.; Martins L.R.S.; Ketzer J.M.M.; Elias A.R.D.; Martins R. 1996. Evolução sedimentológica e paleogeográfica da plataforma continental sul e sudeste do Brasil. Notas Técnicas, 9:51-56.

Dana J.D. 1984. Manual de Mineralogia. Revisto por HURLBUT JR. C. S. Livros Técnicos e Científicos. Editora S.A. Rio de Janeiro, 642p.

Devismes P. 1978. Atlas Photographique des Mineraux D’Alluvions. Editions du B.R.G.M., 1978. Series. Mémoire du Bureau de recherches géologiques et miniéres. 203p. Paris: 203 p.: ill. (chiefly col.).

ESRI 2010. ArcGIS Desktop: Release ArcMap 10.2.2. Redlands, CA: Environmental Systems Research Institute. FLINTER B.H. 1959. The alteration of Malayan ilmenite grains and the question of "arizonite". Economic Geology, 54(4):720-729.

Folk R.L. & Ward W.O. 1957. Brazos river bar. A study in the significance of grain size parameters. J. Sediment. Petrol., 27:3-27.

Freitas R.A.P.; Souza R.B.; Santini M.F.; Santos D.C. 2012. Efeito do vento sobre a corrente costeira do Brasil estimado através de dados de reanálise e do deslocamento de um derivador de superfície. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE METEOROLOGIA, 17. Anais... (CEMET).

Galehouse J.S. 1971. Point counting. Procedures in Sedimentary Petrology, 653:385-407.

GERCO 2010. Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro. Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Santa Catarina - SPG/SC.

Gré J.C.R. 1983. Aspectos sedimentares da plataforma continental de Santa Catarina. Porto Alegre. 91p. Dissertação de mestrado. Programa de Pós-graduação em Geociências. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Hand B.M. 1967. Differentiation of beach and dune sands using settling velocities of light and heavy minerals. Journal Sedimentary Petrology, 37:514- 520.

Hess H.H. 1959. Notes on operation of Frantz isodynamic magnetic separator: SG Frantz Co. Instrument Instruction Booklet, p.1-6.

Horn Filho N.O. 2003. Setorização da província costeira de Santa Catarina em base aos aspectos geológicos, geomorfológicos e geográficos. Geosul, 18(35):71-98.

Hubert J.F. 1962. A zircon-tourmaline-rutile maturity index and the interdependence of the composition of heavy mineral assemblages with the gross composition and texture of sandstones. Journal of Sedimentary Petrology, 32: 440-450.

Jerônimo M.G.; Abreu J.G.N. (no prelo) Reconhecimento e mapeamento sísmico de paleocanais ao largo da Plataforma Continental Interna da ilha de Santa Catarina. Geosul, Florianópolis, SC.

Mahiques M.M.; Mello E.; Sousa S.H. Furtado V.V.; Tessler M.G.; Toledo F.A.L.; Burone L., Figueira R.C.L.; Klein D.A.; Martins C. C.; Alves D.P.V. 2010. The southern Brazilian shelf: general characteristics. Quaternary evolution and sediment distribution. Brazilian Journal of Oceanography, 58:25-34.

Mahiques M.M.; Figueira R.C.L.; Sousa S.H.M.; Santos R.F.; Ferreira P.A.L.; Kim B.S.M.; Goya S.C.; Matos M.C.S.N.; Bícego M.C. 2020. Sedimentation on the southern Brazilian shelf mud depocenters: insights on potential source areas. Journ. of South American Earth Sciences. journal homepage: www.elsevier.com/locate/jsames.

Martins L.R. 1964. Uso do separador magnético no estudo dos minerais pesados. Bol. Paranaense de Geografia, 10-15.

Martins L.R. 1987. Sedimentos quaternários da plataforma continental brasileira. In: CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTUDOS DO QUATERNÁRIO. 1. Porto Alegre. 1987, Anais... Porto Alegre: ABEQUA, p.11-21.

Martins L.R.; Villwock J.A.; Martins I.R. 1972. Estudo preliminar sobre a distribuição faciológica da plataforma continental brasileira. Pesquisas, 1:51-56.

Morton A.C. & Smale D. 1990. The effects of transport and weathering on heavy minerals from the Cascade river, New Zealand. Sedimentary Geology, 68:117-123.

Morton A.C. & Hallsworth C.R. 1999. Processes controlling the composition of heavy mineral assemblages in sandstones. Sedimentary Geology, 124: 3-29.

Morton A.C. & Hallsworth C.R. 1994. Identifying provenance-specific features of detrital heavy mineral assemblages in sandstones. Sedimentary Geology, 90: 241-256.

Morton A.C. & Johnsson M.J. 1993. Factors influencing the composition of detrital heavy mineral suites in Holocene sands of the Apure river drainage basin, Venezuela. Geological Society of America, 171-185.

Pereira R.M.; Ávila C.A.; Lima P.R.A.S. 2005. Minerais em grãos: técnicas de coleta, preparação e identificação. São Paulo: Oficina de Textos. 112p.

Powers, M.C. 1953. A new roudness scale for sedimentar particles. Journal of Sedimentary Petrology, 23:117-119 RITTENHOUSE G.A. 1943. Visual method of estimating two-dimensional sphericity. Journal of Sedimentary Petrology, 13(2):79-81.

Rosenblum S. 1958. Magnetic susceptibilities of minerals in the Frantz isodynamic magnetic separator. American Mineralogist, 43(1-2):170-173.

Rubey W.W. 1993.The size-distribution of heavy minerals within a water laid sandstone. Journal of Sedimentary Petrology, 3-29.

Scheibe L.F. 1986. Geologia de Santa Catarina - sinopse provisória. Geosul, 1(1):7-38.

Silva C.G. 2000. Pláceres marinhos. Revista Brasileira de Geofísica, 18(3),327- 336.

Soares I. & Möller Jr., O. 2001. Low-frequency currents and water mass spatial distribution on the southern Brazilian shelf. Continental Shelf Research, 21(16):1785-1814.

Souza D.R. 2007. Distribuição dos minerais pesados ao longo do curso inferior do rio Itajaí-Açu/SC e sua correlação sedimentar com a planície costeira, praia e plataforma continental interna adjacente. Florianópolis. 199p. Dissertação de mestrado. Programa de Pós-graduação em Geografia. Universidade Federal de Santa Catarina.

Souza D.R. & Abreu J.G.N. 2005. Minerais pesados na plataforma continental interna adjacente ao litoral Centro-norte de Santa Catarina. Braz. J. Aquat. Sci. Technol., 9(1):1-5.

Suguio K. 1973. Introdução à Sedimentologia. São Paulo: Edgard Blücher, 317p.

Suguio K. 1980. Rochas sedimentares. São Paulo: Editora Blücher, 500p.

Tomazelli L.J. 1978. Minerais pesados da plataforma continental do Rio Grande do Sul. Acta geológica Leopoldensia, 5(II), 159p.

Tomazzoli, E.R.; Pellerin J.M. 2015. Unidades do mapa geológico da ilha de Santa Catarina: as rochas. Geosul, 30(60):225-247.

Tomazzoli E.R,; Oliveira U.R.; Horn Filho N.O. 2007. Proveniência dos minerais de óxidos de Fe-Ti nas areias da praia do Pântano do Sul, ilha de Santa Catarina (SC), sul do Brasil. Braz J Geof,. [online]. 2007, vol. 25, suppl.1, pp.49-64.

Vicalvi M.A., Kotzian S.C.B.; Forti-Esteves I.R. 1977. Ocorrência da microfauna estuarina no Quaternário da plataforma continental de São Paulo. In: Evolução sedimentar holocênica da plataforma continental e do talude do sul do Brasil. Rio de Janeiro. CENPES/DINTEP. PROJETO REMAC p.77- 96.

Wentworth C.K. 1922. A scale of grade and class terms for clastic sediments. Journal of Geology, 30:377-392.

Zembruscki S.G. 1979. Geomorfologia da margem continental sul brasileira e das bacias adjacentes. In: CHAVES, H.A.F. (eds.). Geomorfologia da margem continental brasileira e das áreas adjacentes (Relatório Final). (Série Projeto REMAC). Rio de Janeiro: PETROBRÁS. CENPES. DINTEP. V.7. p.129-177.

Downloads

Publicado

2020-12-30

Como Citar

Abreu, J. G., Langella, R. F., Horn Filho, N. O., Calliari, L. J., & Sant’ana, R. (2020). Minerais pesados da plataforma continental interna adjacente à Ilha de Santa Catarina, SC, Brasil. Quaternary and Environmental Geosciences, 11(1). https://doi.org/10.5380/abequa.v11i1.73199

Edição

Seção

Geologia e Geofísica Marinha