Análise evolutiva e caracterização dos depósitos tecnogênicos associados ao bairro Coroa do Meio, Aracaju/SE
DOI:
https://doi.org/10.5380/abequa.v9i2.53373Palavras-chave:
dinâmica fluviomarinha, planície de maré, intervenção antropogênicaResumo
O presente trabalho tem por escopo a identificação e classificação de depósitos tecnogênicos presentes no bairro Coroa do Meio, Aracaju/SE, na margem direita da desembocadura do rio Sergipe. A pesquisa foi conduzida em três etapas: análise da evolução da desembocadura fluvial em longo e médio prazos e identificação dos depósitos tecnogênicos a partir de execução de sondagens simples e reconhecimento de solo a trado em quatro pontos (T2 e T4 – primeiro aterro e T1 e T3 – segundo aterro). A análise da evolução da desembocadura apontou que o surgimento do bairro esteve associado à migração e à anexação de bancos arenosos à costa entre os anos de 1823 e 1914. Na década de 1980 deu-se início ao aterramento da área, ocorrido em duas fases. Nos testemunhos 1 (125 cm de profundidade) e 2 (100 cm de profundidade) identificou-se a presença de areia fina siltosa e pouco siltosa alternando entre as camadas, sem a presença de artefatos de origem humana. Estes depósitos, que compõem a primeira fase do aterro, foram derivados do processo de remobilização de sedimentos da planície de maré e mesmo não apresentando artefatos antrópicos, foram classificados como depósitos tecnogênicos em função da sua gênese ser resultante da influência humana direta. Já nos testemunhos 1 e 3 (135 cm de profundidade) identificou-se que a primeira camada é formada basicamente por argila siltosa e pedregulhos, enquanto as restantes apresentam alternância entre camadas de areia fina e areia fina pouco siltosa. Na última camada foram identificados detritos de procedência humana originários de restos de construção. Conclui-se, a partir das características observadas, que o setor associado ao primeiro aterro é composto por materiais dragados, enquanto o segundo aterro é composto por materiais úrbicos.
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