Contribuição dos cocolitoforídeos para o aporte de carbonato de cálcio durante o Último Máximo Glacial na Margem Continental Sul Brasileira
DOI:
https://doi.org/10.5380/abequa.v7i1-2.45705Palavras-chave:
Cocolitoforídeos, Último Máximo Glacial, Carbonato marinhoResumo
O ciclo do carbono durante o período glacial apresenta uma oportunidade única para a investigação de uma condição climática absolutamente distinta da atual. O conhecimento acerca da última glaciação pode ajudar a entender o clima atualmente e as potenciais mudanças ambientais futuras. A sensibilidade dos cocolitoforídeos a mudanças na química da água superficial possui grande relevância para os ciclos biogeoquímicos e como resposta para mudanças no sistema climático. O presente estudo utilizou um testemunho de piston core localizado nas coordenadas 47º 18' 28" W, 29º 24' 19” S, retirado do talude da Bacia de Pelotas a fim de analisar a importância dos cocolitoforídeos no aporte de carbonato de cálcio (CaCO3) para o fundo marinho na região do Cabo de Santa Marta. O testemunho compreende o intervalo entre 18,16 mil anos (ka) e 40,61 ka, incluindo o Último Máximo Glacial (UMG) e o início da deglaciação. Foram quantificados no mínimo 300 cocólitos e 5 campos de visão ao microscópio por amostra para identificação das espécies de cocolitoforídeos. Foram realizadas quatro datações através da técnica do 14C ao longo do testemunho. O conteúdo de CaCO3 nos sedimentos finos foi obtido através de ataque por ácido clorídrico. Os maiores valores de carbonato nos sedimentos ocorrem durante a deglaciação, porém a maior contribuição dos cocolitoforídeos para o aporte de CaCO3 parece ocorrer durante o UMG, quando comparadas as curvas de conteúdo de carbonato e a curva de abundância absoluta das espécies. As espécies que mais contribuíram para o aporte de carbonato foram Emiliania huxleyi, Gephyrocapsa spp. e Florisphaera profunda
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