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Depósitos tecnogênicos: uma nova perspectiva de leitura geográfica

Leda Correia Pedro Miyazaki

Resumo


O presente texto tem como objetivo apresentar uma discussão sobre a formação dos depósitos tecnogênicos, a partir da compreensão do processo de apropriação e ocupação do relevo, levando em consideração a categoria tempo histórico e os possíveis métodos de interpretação utilizados para realizar uma leitura geográfico-geomorfológica da paisagem tecnogênica. Para isso foi escolhido como área de estudo o Jardim Humberto Salvador, bairro localizado na cidade de Presidente Prudente-SP. Para realizar uma leitura geográfico-geomorfológica, utilizou-se como método de interpretação o materialismo histórico e dialético, para que fosse possível identificar a gênese dos diversos depósitos tecnogênicos, oriundos do processo de apropriação e de ocupação do relevo. Desta forma, foi possível compreender como os agentes de produção do espaço urbano contribuem para a formação dos depósitos tecnogênicos, além de enfocar algumas fases importantes que fazem parte da gênese dos depósitos, como, por exemplo, a implantação de um loteamento, a edificação do bairro (construção das residências) e o momento em que os moradores passam a residir no bairro. Todas essas fases deixam registros na paisagem, podendo ser desvendadas a partir da caracterização dos artefatos tecnogênicos encontrados nas camadas e da compreensão do histórico do bairro.

Palavras-chave


Depósitos tecnogênicos; Ocupação; Relevo; Tempo

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/abequa.v5i2.33964