Avaliação dos impactos da barragem de Santa Helena no trecho estuarino do rio Jacuípe, litoral norte da Bahia - Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5380/abequa.v2i1-2.13697Palavras-chave:
estuário, barramento fluvial, circulação estuarina.Resumo
A construção de barramentos fluviais normalmente causa impactos hidráulicos e hidrológicos no sistema estuarino localizado próximo à foz do rio. A literatura relaciona como consequências hidráulicas comuns associadas à regulação das descargas, o aumento da vazão média e a redução das vazões instantâneas, com atenuação dos picos de cheia. Este estudo objetivou caracterizar a hidrodinâmica e os padrões de mistura do estuário do rio Jacuípe (litoral norte do Estado da Bahia) e avaliar a influência da Barragem de Santa Helena, erguida em 2001, no fluxo estuarino. Observou-se que a barragem alterou o regime de vazão fluvial, afetando todas as faixas de vazão. No entanto, os resultados são inversos aos relatados na literatura, com redução das vazões médias e aumento das descargas de pico. A liberação de água doce atingiu os extremos da curva de descarga, e a ausência de descarga passou a ocorrer com períodos mais prolongados. O estuário apresentou-se parcialmente misturado em marés de quadratura e bem misturado em sizígia, mas, em ambas as condições de maré, com pequena descarga da barragem ou descarga nula, predominou a circulação gravitacional. Valores elevados de descarga fluvial (70 m3 s-1) causam a expulsão da água marinha do estuário e o bombeamento fluvial, com fluxo exclusivamente de vazante. Com o início da planejada transposição de água (10 m3 s-1) para a vizinha bacia do rio Joanes, os efeitos da barragem sobre o estuário serão alterados, com redução dos picos de cheia e provável assoreamento da calha e canal de entrada. Este processo poderá causar degradação da qualidade ambiental do estuário.
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