TURISTAS FICCIONAIS E IMAGINÁRIO TURÍSTICO COLONIAL EM ‘DOIS PEQUENOS TURISTAS NA ARGÉLIA’ (1888)
DOI:
https://doi.org/10.5380/ts.v17i1.96421Palavras-chave:
Relatos Turísticos Ilustrados, Imaginários Turísticos, Colonialismo, Turistas ficcionais, Norte da África.Resumo
Deux petits touristes en Algérie, ou Dois pequenos turistas na Argélia, publicado em Paris em 1888, é um relato turístico ficcional escrito pelo jornalista Gaston Bonnefont e ilustrado pelo artista Paul Kauffmann. O livro narra as aventuras de duas crianças, Cornélie e Numa, em uma Argélia sob o jugo francês. Os relatos turísticos ilustrados de viagem, ficcionais ou não, sobre aos territórios colonizados pelos franceses no Norte da África, difundiram, por meio de imagens e textos, estereótipos que definiram os seus habitantes como bárbaros, submissos e supersticiosos – dentre outros adjetivos depreciativos. Tais relatos colaboraram, igualmente, para a constituição de um imaginário extremamente ‘positivo’ e falacioso sobre os colonizadores, neles representados como aventureiros e heroicos. Neste artigo, o nosso objetivo foi apresentar uma breve análise dos personagens ficcionais de Dois pequenos turistas na Argélia, de modo a evidenciar o processo acima descrito. Nossa análise da obra, que compreendeu textos e imagens como discursos – tal como o conceito é pensado por Michel Foucault –, nos conduziu à conclusão de que tais relatos turísticos funcionaram como canais que materializaram e, simultaneamente, serviram de substrato para construção de imaginários turísticos sobre o norte africanos.
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