Magnitude eleitoral e representação de mulheres nos municípios brasileiros

Autores

  • Fernando Meireles
  • Luciana Vieira Rubim Andrade

DOI:

https://doi.org/10.5380/rsocp.v25i63.55521

Resumo

É argumento corrente na literatura sobre representação política de mulheres que sistemas mais proporcionais aumentam as chances de mulheres serem eleitas. O objetivo deste artigo é testar esta hipótese usando dados dos municípios brasileiros. Explorando uma regra estabelecida pelo Tribunal Superior Eleitoral em 2004 e 2008, que fixou o número de vereadores de cada município de acordo com o número de habitantes, utilizamos regressão descontínua (RD) para estimar o efeito causal de uma cadeira a mais na representação política de mulheres nas câmaras municipais. Nossos resultados mostram que este efeito é substantivo: onde havia uma cadeira adicional, quase 40% mais mulheres foram eleitas, e a probabilidade de um município eleger ao menos uma mulher aumentou em cerca de 20 pontos percentuais. Por outro lado, a explicação deste fenômeno contraria as hipóteses da literatura: especificamente, mostramos que uma cadeira a mais aumentou apenas o número de candidatos homens concorrendo, o que fragmentou suas votações e os deixou com desempenhos eleitorais piores. Deste modo, mesmo não tendo suas votações afetadas pelo número de cadeiras, mais mulheres acabaram eleitas.

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Publicado

2017-09-28

Como Citar

Meireles, F., & Andrade, L. V. R. (2017). Magnitude eleitoral e representação de mulheres nos municípios brasileiros. Revista De Sociologia E Política, 25(63), 79–101. https://doi.org/10.5380/rsocp.v25i63.55521

Edição

Seção

Artigos Originais