Legisladores, captadores e assistencialistas: a representação política no nível local
DOI:
https://doi.org/10.5380/rsocp.v25i62.53765Resumo
O artigo analisa a representação política local, focando as percepções e práticas cotidianas dos vereadores. Em particular, analisam-se suas escolhas entre estratégias de representação clientelistas e universalistas. Utilizam-se dados originais de entrevistas abertas semiestruturadas com amostra não representativa de 112 vereadores de 12 municípios de Minas Gerais. Por meio de análise qualitativa, classificam-se os vereadores em três tipos, de acordo com sua principal estratégia de representação, a saber: “legislador”, que se dedica mais às funções formais da vereança; “captador”, que prioriza o atendimento de pedidos coletivos dos eleitores; “assistencialista”, que prioriza o atendimento de pedidos particulares. Com base na literatura teórica sobre clientelismo, oferecem-se hipóteses explicativas das estratégias de representação dos vereadores, que são testadas estatisticamente utilizando-se um modelo probit multinomial. Os resultados sugerem que essas estratégias são qualitativamente distintas e que a probabilidade de ocorrência do tipo assistencialista é maior em municípios pequenos, crescente no acirramento da competição política e decrescente na volatilidade eleitoral. Também há evidência fraca de que essa probabilidade é decrescente na escolaridade do vereador e crescente no seu tempo de vereança.
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