O que afasta pretos e pardos da representação política? Uma análise a partir das eleições legislativas de 2014

Autores

  • Luiz Augusto Campos
  • Carlos Machado

DOI:

https://doi.org/10.5380/rsocp.v25i61.51468

Resumo

Mesmo um observador leigo da política brasileira é capaz de constatar que os pretos e pardos estão excluídos das suas arenas decisórias. Contudo, a ausência de registros sobre a cor/raça de nossos políticos sempre dificultou o dimensionamento dessa sub-representação e as suas possíveis causas. Desde as eleições de 2014, porém, o Tribunal Superior Eleitoral computa a raça/cor dos candidatos registrados, o que permite contornar parcialmente essas dificuldades. Neste trabalho, recorremos a esses dados para dimensionar quão sub-representados pretos e pardos estão na Câmara dos Deputados e, sobretudo, testar algumas hipóteses explicativas de tal fenômeno. Os resultados indicam que as chances eleitorais de pretos e pardos são menores em relação às de brancos por causa de múltiplos fatores: (1) classe de origem, (2) acesso a recursos de campanha e (3) estruturas partidárias competitivas. Tudo isso sugere que medidas que busquem tornar a representação política mais diversa devem considerar a complexidade dos obstáculos interpostos a pretos e pardos. 

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Publicado

2017-03-28

Como Citar

Campos, L. A., & Machado, C. (2017). O que afasta pretos e pardos da representação política? Uma análise a partir das eleições legislativas de 2014. Revista De Sociologia E Política, 25(61), 125–142. https://doi.org/10.5380/rsocp.v25i61.51468

Edição

Seção

Artigos Originais