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IMPLICAÇÕES DO PROCESSO DE SELEÇÃO DE CANDIDATOS NA COMPETIÇÃO PARTIDÁRIA: O CASO BRASILEIRO

Maria do Socorro Sousa Braga, Oswaldo E. do Amaral

Resumo


Os partidos políticos, apesar de crescentes questionamentos quanto à sua capacidade de representação, continuam
exercendo funções fundamentais para o bom funcionamento dos regimes democráticos. Entre essas funções está a de
articulação entre os cidadãos e as esferas de poder político, que acontece, especialmente, por meio do processo de
seleção de candidatos a cargos eletivos. Mas quais são os efeitos do processo de seleção de candidatos sobre a
competição política para a Câmara dos Deputados no Brasil? Com o objetivo de responder a essa questão, o artigo
cumpre com uma dupla tarefa: Identificar os fatores que teoricamente afetam o processo de seleção de candidatos a
cargos eletivos proporcionais, e suas consequências para o sistema partidário; e verificar qual é o controle que as
lideranças dos partidos analisados apresentam sobre a composição da lista partidária. Para cumprirmos os objetivos
levantados, analisamos os dados relativos às eleições para a Câmara dos Deputados, no estado de São Paulo, em
2006 e 2010. Mostramos que há uma coordenação que envolve o número de candidatos, o espaço geográfico em que
competem e o seu perfil socioocupacional, além da própria distribuição de recursos partidários. O trabalho aponta
que os partidos brasileiros não são tão fracos e desorganizados como parte da literatura indica. Sugerimos que os
partidos são capazes de agir de maneira coordenada nas eleições para a Câmara, estabelecendo estratégias de
acordo com elementos mais conjunturais (a perspectiva de contar com “puxadores” de votos, por exemplo) ou
estruturais (a necessidade de organizar a lista geográfica e socialmente para coordenar recursos).


Palavras-chave


partidos políticos; seleção de candidatos; eleições proporcionais; competição partidária

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