IMPRENSA E VOTO NAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS BRASILEIRAS DE 2002 E 2006

Autores

  • Pedro Santos Mundim Universidade Federal de Goiás (UFG)

DOI:

https://doi.org/10.5380/rsp.v20i41.31783

Palavras-chave:

cobertura da imprensa, efeitos da mídia, eleições presidenciais brasileiras

Resumo

O artigo apresenta os resultados de uma pesquisa sobre os efeitos da cobertura da imprensa no voto naseleições presidenciais brasileiras de 2002 e 2006. Argumenta-se que ela foi um fator importante em ambosos pleitos. A variável dependente é formada pelas séries históricas de intenção de voto dos principaiscandidatos: Lula (Partido dos Trabalhadores), Serra (Partido da Social Democracia Brasileira), Garotinho(Partido Socialista Brasileiro) e Ciro (Partido Popular Socialista) em 2002, e Lula, Alckmin (Partido daSocial Democracia Brasileira), Heloísa Helena (Partido Socialismo e Liberdade) e Cristovam Buarque(Partido Democrático Trabalhista) em 2006. A principal variável explicativa é a cobertura eleitoral dequatro grandes jornais do país: Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo e Jornal do Brasil. Completamo modelo as seguintes variáveis de controle: propaganda partidária dos candidatos, o Horário PolíticoGratuito Eleitoral no 1º e 2º turnos, os debates presidenciais e o índice de popularidade presidencial. Osmodelos foram estimados via MQO. Os resultados dos testes indicam que, em 2002, a cobertura da imprensade Lula e Ciro Gomes foi uma das responsáveis pela variação observada nas suas respectivas intenções devoto. Em 2006, a dinâmica foi um pouco mais complexa. Apenas as intenções de voto em Heloísa Helenaforam afetadas por sua própria cobertura. A princípio, é surpreendente que a cobertura extremamentenegativa de Lula não tenha lhe custado votos. Mas ela teve um impacto indireto, e importante, paraAlckmin e Cristovam Buarque. Como esse impacto foi maior durante o escândalo do dossiê tucano, podeseafirmar que a cobertura da imprensa contribuiu decisivamente para a ocorrência do 2º turno na últimaeleição presidencial. Esses resultados mantêm-se mesmo quando se analisam os votos de eleitores degrupos de escolaridade distintos, um controle para os diferentes níveis de exposição aos jornais.

Biografia do Autor

Pedro Santos Mundim, Universidade Federal de Goiás (UFG)

Pedro Santos Mundim (psmundim@yahoo.com.br) é Doutor em Ciência Política pelo InstitutoUniversitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj) e Professor de Ciência Política na UniversidadeFederal de Goiás (UFG).

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Como Citar

Mundim, P. S. (2012). IMPRENSA E VOTO NAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS BRASILEIRAS DE 2002 E 2006. Revista De Sociologia E Política, 20(41). https://doi.org/10.5380/rsp.v20i41.31783

Edição

Seção

Artigos Originais