ESTADO, INSTITUIÇÕES E DESENVOLVIMENTO: O MODELO COREANO E A INTERPRETAÇÃO DA CRISE ASIÁTICA

Autores

  • Alexandre Queiroz Guimarães Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) e Escola de Governo da Fundação João Pinheiro.

DOI:

https://doi.org/10.5380/rsp.v17i34.29362

Palavras-chave:

Coréia do Sul, developmental state, modelos de capitalismo, crise asiática, instituições, desenvolvimento.

Resumo

O presente artigo insere-se em uma linha voltada a investigar as relações entre as instituições, o Estado e odesempenho econômico. Tem como objeto central o estudo dos Estados Desenvolvimentistas (DevelopmentalStates), isto é, estados intervencionistas que desempenharam papel central nas estratégias de desenvolvimentode alguns países. A despeito de inúmeras análises históricas sobre essas experiências, o tema éconsiderado controverso e muitos economistas relutam em aceitar que tais estados tiveram uma contribuiçãopositiva. O artigo lida, portanto, com um tema muito caro à ciência econômica desde os seus primórdios,a relação entre o Estado e o mercado e seus impactos sobre a “riqueza das nações”. O presente artigopretende contribuir para essa temática por meio de uma crítica às análises mais abstratas voltadas ainterpretar o modelo asiático e a crise de 1997. Identificando uma falha metodológica nessas análises,argumenta-se que a crise não pode ser deduzida de eventuais fraquezas institucionais do modelo sul coreano.As características institucionais, incluindo o Estado desenvolvimentista e os grandes grupos empresariais,foram variáveis centrais para explicar o grande êxito alcançado pela Coréia do Sul nas décadas que seseguiram a 1960. Nesse sentido, as dificuldades dos anos 1990 devem ser interpretadas como resultado deum processo apressado de liberalização e desregulamentação econômica, implementado antes que umanova estrutura de regulação estivesse pronta para substituir as formas de coordenação vigentes no períodoanterior. Ao recusar certas interpretações da crise, o artigo enfatiza a importância de reconhecer asespecificidades institucionais dos países e a existência de diferentes tipos de capitalismo. O caso sul coreano,assim como o japonês, ilustra um modelo de capitalismo em que o Developmental State desempenhou umpapel muito ativo, constituindo-se em uma variável fundamental para explicar o grande sucesso obtido pelaestratégia de desenvolvimento nesses países.

Biografia do Autor

Alexandre Queiroz Guimarães, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) e Escola de Governo da Fundação João Pinheiro.

Alexandre Queiroz Guimarães (alexandre.queiroz@fjp.mg.gov.br) é Doutor em Politics pela SheffieldUniversity, Professor de Economia na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) eProfessor de Administração Pública na Escola de Governo da Fundação João Pinheiro.

Downloads

Como Citar

Guimarães, A. Q. (2009). ESTADO, INSTITUIÇÕES E DESENVOLVIMENTO: O MODELO COREANO E A INTERPRETAÇÃO DA CRISE ASIÁTICA. Revista De Sociologia E Política, 17(34). https://doi.org/10.5380/rsp.v17i34.29362

Edição

Seção

Artigos Originais