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O MONDOVINO DE CABEÇA PARA BAIXO: AS TRANSFORMAÇÕES NO MERCADO INTERNACIONAL DO VINHO E O NOVO EMPRESARIADO VINÍCOLA

Mauro Roese

Resumo


e pela emergência de uma nova cultura, agora global, associada ao consumo do vinho, é o pano de fundodeste artigo. Tal transformação será analisada à luz das contribuições da nova Sociologia Econômica, bemcomo dos Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia. A “popularização” do consumo é um reflexo do crescimentoda oferta de vinhos de qualidade e da redução do preço do produto, o que foi possibilitado peladifusão de tecnologia e conhecimento. Esse processo ocasionou a ruptura do “segredo” da produção dovinho de qualidade: o que antes era privilégio de poucos produtores e regiões, herança guardada a setechaves em famílias, passa a ser objeto de aprendizado e pode ser adquirido por meio do investimento emcapacitação tecnológica. Como decorrência, novos produtores de vinhos de qualidade excelente surgemem países como Chile, Austrália, África do Sul, Brasil, entre outros. Essa transformação pode ser vista pordois ângulos: o da quebra da “aura” do vinho, com a conseqüente perda do privilégio de produtores econsumidores, e o da produção social de um novo mercado que inclui novos produtores e possibilita oacesso de mais consumidores aos vinhos de qualidade. Essa expansão da oferta e do consumo de vinhos dequalidade, contudo, acompanha uma transformação das vinícolas tradicionais em objetos de culto e sinônimode exclusividade e distinção. Estas últimas, por tornarem-se um grupo ainda mais restrito, tiveram seusvinhos ainda mais sobrevalorizados.

Palavras-chave


empresariado vinícola; construção social do mercado; Sociologia Econômica; Estudos Sociais da Ciência e da Tecnologia; mercado de luxo

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