UMA NOVA NOÇÃO DE EMPRESÁRIO: A NATURALIZAÇÃO DO “EMPREENDEDOR”
DOI:
https://doi.org/10.5380/rsp.v31i0.28078Palavras-chave:
Sociologia Econômica, capitalismo, empresário, empreendedorismo, mercado da autoajuda.Resumo
Atualmente notamos uma explosão de livros, revistas e programas de televisão voltados para temas comocarreira, negócios e empreendedorismo. Enquanto há, de um lado, uma literatura acadêmica que estuda oempreendedorismo como um tipo de ação econômica e o empreendedor como um ator social a quemcorresponde um tipo de prática ligada à liderança e à inovação, há também , de outro, uma literatura nãoacadêmica que faz do empreendedorismo um conjunto de princípios ideais de bom comportamento e que, apartir desse conjunto, estabelece prescrições normativas para aqueles que desejam tornar-se empreendedores.Diante disso, o presente artigo pretende discutir a construção de uma ideologia que traz, na noção deempreendedor, o empresário como um ator social imbuído de uma conotação ética. As histórias de sucessode empresários aparecem como um rico material empírico para a compreensão da construção e da difusãode uma ideologia na qual a noção de empresário vai sendo ressignificada. No centro desse processo,encontram-se os “gurus” da administração, os quais, por meio de seus sucessos editoriais, da internet e dagrande mídia, difundem uma série de conselhos práticos e assumem a função de empreendedores morais doempreendedorismo. Conclui-se que, por meio desses conselhos e da divulgação dos casos exemplares desucesso (assim como foi com o protestantismo, no início do capitalismo), formam-se sujeitos com disposiçãopara atuar economicamente e de forma reconhecida como boa e justa. O empreendedorismo pode, portanto,sob esse ponto de vista, ser visto como uma ideologia do capitalismo atual que surge para garantir a adesãoe a legitimidade a atividades antes não valorizadas.Downloads
Como Citar
Leite, E. da S., & Melo, N. M. e. (2008). UMA NOVA NOÇÃO DE EMPRESÁRIO: A NATURALIZAÇÃO DO “EMPREENDEDOR”. Revista De Sociologia E Política, 16(31). https://doi.org/10.5380/rsp.v31i0.28078
Edição
Seção
Dossiê "As empresas e as ciências sociais na crise da modernidade"
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