Open Journal Systems

LISTAGEM DE ARBÓREAS NATIVAS UTILIZADAS COMO ORNAMENTAIS E SELEÇÃO DE NOVAS ESPÉCIES DA CAATINGA E FLORESTA ATLÂNTICA DO RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL.

Bruno Rafael Morais de Macêdo, Alice de Moraes Calvente

Resumo


A Floresta Atlântica e a Caatinga são biomas que ocorrem no estado do Rio Grande do Norte, ambos bastante alterados pelas atividades humanas, em especial pelo processo de crescimento urbano. Esses efeitos negativos podem ser atenuados com a utilização de plantas nativas nos ambientes urbanos, o que pode contribuir na valorização e efetivação das iniciativas de conservação da biodiversidade e melhoria do bem-estar da população. O presente trabalho tem como objetivo elencar e caracterizar as espécies arbóreas ornamentais nativas dos biomas potiguares já utilizadas na arborização urbana e propor novas espécies para uso urbano. Levantamento da literatura especializada e expedições à fragmentos florestais nos municípios de Tibau do Sul (Mata Atlântica), Tenente Laurentino Cruz (Caatinga) e Touros (ecótono dos dois biomas) foram realizadas para a elaboração da lista das espécies nativas, as quais tiveram suas características ornamentais (porte, copa, sombreamento, folhas, flores e fenologia) descritas. Constatou-se 95 espécies arbóreas ornamentais nativas, distribuídas em 28 famílias botânicas. Do levantamento realizado, foram descritas com maiores detalhes sete espécies com potencial ornamental.


Palavras-chave


Flora nativa; Arborização urbana; Biodiversidade; Potencial paisagístico

Texto completo:

PDF

Referências


ALVEY, A. A. Promoting and preserving biodiversity in the urban forest. Urban Forestry & Urban Greening, Jena, v. 5, n. 4, p. 195–201, 2006.

BARBOSA, A. C. S. Paisagismo, jardinagem & plantas ornamentais. 5. ed. Rio de Janeiro: Iglu Editora, 1989.

BRIDSON, D.; FORMAN, L. The Herbarium Hand-book. Royal Botanic Gardens, Kew. 3rd, 1999.

CARIÑANOS, P.; CASARES-PORCEL, M.; QUESADA-RUBIO, J. M. Estimating the allergenic potential of urban green spaces: A case-study in Granada, Spain. Landscape and Urban Planning, Amsterdam, v. 123, p. 134-144, 2014.

CASTELLETTI, C. H. M.; SANTOS, A. M. M.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. Quanto ainda resta da Caatinga? Uma estimativa preliminar. In: LEAL, I. R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. Ecologia e conservação da Caatinga. 1ª edição. Recife: Editora UFPE, 2003. V. 1, cap. 18, p. 719-734.

CORNELIS, J.; HERMY, M. Biodiversity relationships in urban and suburban parks in Flanders. Landscape and Urban Planning, Amsterdam, v. 69, n. 4, p. 385-401, 2004.

GOMES, O. S.; CALVENTE, A. Levantamento florístico e censo das praças públicas da zona sul de Natal / RN, Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Curitiba, v. 16, n. 4, p. 56-73, 2021.

JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO. Lista de espécies da flora e funga do Brasil. Disponível em: . Acesso em: 02 Julho, 2023.

LAFORTEZZA, R. et al. Green Infrastructure as a tool to support spatial planning in European urban regions. iForest, Potenza, v. 6, p. 100-106, 2013.

LIMA, V. F. Utilização de espécies do Cerrado em paisagismo. Acta Botanica Brasilica, São Paulo, v. 4, n.2, p. 87-93, 1990.

LOPES, F. S.; CRUZ, F. V.; WANZERLEY, M. S. S; RODRIGUES, J. I. M; BARROS, W. S.; MARTINS, W. B. R. Diagnóstico quali-quantitativo da arborização de três avenidas de Marabá - Pará, Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Curitiba, v. 16, n. 3, p. 63-75, 2021.

LORENZI, H.; SOUZA, H. M. Plantas ornamentais no Brasil: arbustivas, herbáceas e trepadeiras. 4. Ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2008.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Volume 2. 4. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2014.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Volume 1. 8. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2020.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Volume 3. 3. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2021.

LORENZI, H. Plantas para jardim no Brasil: herbáceas, arbustivas e trepadeiras. 3. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2022.

MACÊDO, B. R. M.; LISBOA, C. M. C. A.; CARVALHO, F. G. Diagnosis and guidelines for afforestation of the Central Campus of the Federal University of Rio Grande do Norte – Brazil. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Piracicaba, v. 7, n. 1, p. 35-51, 2012.

MACÊDO, B. R. M. Espécies arbóreas nativas ornamentais do Rio Grande do Norte. 152f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2014.

MEIRA, P. M. R. S. Caatinga e Mata Atlântica: a importância da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos para o bem-estar humano no Nordeste do Brasil. 2022. 77f. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente) - Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2022.

MAIA, G. N. Caatinga: árvores, arbustos e suas utilidades. 1. ed. São Paulo: D&Z Computação Gráfica e Editora, 2004.

MARTINS, S. S.; BIONDI, D. Observações preliminares do "angelim" (Andira nitida Mart. Ex Benth) para uso na arborização urbana. Acta Botanica Brasilica, São Paulo, v. 4, n.2, p. 137-144, 1990.

MATOS, E.; QUEIROZ, L. P. Árvores para cidades. 1. ed. Salvador: Solisluna, 2009.

MEDEIROS, D. P. W.; LOPES, A. V.; ZICKEL, C. S. Phenology of woody species in tropical coastal vegetation, northeastern Brazil. Flora - Morphology, Distribution, Functional Ecology of Plants, Boston, v. 202, n. 7, p. 513-520, 2007.

MITTERMEIER, R. A.; FONSECA, G. A. B.; RYLANDS, A. B.; BRANDON, K. Uma breve história da conservação da biodiversidade no Brasil. Megadiversidade, Belo Horizonte, v. 1, n. 1, p. 14-21, 2005.

MORO, M. F.; WESTERKAMP, C.; ARAÚJO, F. C. How much importance is given to native plants in cities’ treescape? A case study in Fortaleza, Brazil. Urban Forestry & Urban Greening, Jena, v. 13, n. 2, p. 365-374, 2014.

PAGLIA, A. P.; FERNANDEZ, F. A. S.; MARCO JR., P. Efeitos da Fragmentação de Habitats: Quantas Espécies, Quantas Populações, Quantos Indivíduos, e Serão Eles Suficientes? In: ROCHA, C. F. D. et al. (Org.). Essências em Biologia da Conservação. Rio de Janeiro: Rima, 2006, p. 257-292.

PENA, J. C. C.; MAGALHAES, D. M.; LOURA, A. C. M.; YOUNG, R. J.; RODRIGUES, M. The green infrastructure of a highly-urbanized neotropical city: the role of the urban vegetation in preserving native biodiversity. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Piracicaba, v. 11, n. 4, p. 66-78, 2016.

SILVA, A. A.; CARDOSO, K. M. Diagnóstico e caracterização da arborização urbana de vias públicas da cidade de Araçuaí, semiárido de Minas Gerais. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Curitiba, v. 15, n. 4, p. 73-92, 2020.

STANGANINI, F. N.; LOLLO, J. A. O crescimento da área urbana da cidade de São Carlos/SP entre os anos de 2010 e 2015: o avanço da degradação ambiental. Revista Brasileira de Gestão Urbana, São Carlos, v. 10, n. 1, supl. 1, 2018.

STEWART, G. H. et al. The re-emergence of indigenous forest in an urban environment, Christchurch, New Zealand. Urban Forestry & Urban Greening, Jena, v. 2, n. 3, p. 149-158, 2004.

TABARELLI, M. et al. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira. Megadiversidade, v. 1, n. 1, pp. 132-138, julho 2005.

VERSIEUX, L. M.; MORAIS, A. K.; MACÊDO, B. R. M. O potencial das espécies da caatinga para uso no planejamento e projeto paisagístico. In BATISTA, M.N. SCHLEE, M. B.; BARRA, E. TANGARÁ, V. R. (Org.). A vegetação nativa no planejamento e no projeto paisagístico. Rio de Janeiro: FAU/UFRJ e Rio Books, p. 195-235, 2015.

VILARINHO, T. O.; NICCHIO, B.; OLIVEIRA, M. D. R. Levantamento quali-quantitativo da arborização das vias urbanas do bairro Cidade Jardim, Uberlândia - MG. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Curitiba, v. 16, n.3, p. 49-62, 2021.

YANG, Y. et al. Diversity of Spontaneous Plants in Eco-Parks and Its Relationship with Environmental Characteristics of Parks. Forests, v. 14, n. 5, p. 946-966, 2023.




DOI: http://dx.doi.org/10.5380/revsbau.v18i4.93266

Apontamentos

  • Não há apontamentos.