Análise dos microclimas no Campus Butantã USP e entorno: Impacto da vegetação e urbanização
DOI:
https://doi.org/10.5380/revsbau.v20.100028Resumo
A urbanização intensifica os contrastes socioambientais e compromete o conforto climático nas grandes cidades, o que impacta diretamente a qualidade de vida. Diante do exposto, o presente estudo investiga as dinâmicas microclimáticas na Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira (Campus Butantã) da Universidade de São Paulo (USP), analisando o papel do planejamento ambiental, das áreas verdes e da cobertura vegetal na mitigação do desconforto térmico. Por meio de análises de imagens de satélite e índices espectrais, foram identificadas diferenças significativas na distribuição de temperatura no Campus da USP. Embora a área funcione como um “oásis urbano”, com temperaturas amenas em áreas vegetadas, locais como a Praça do Relógio e, especialmente, comunidades no entorno do Campus sofrem com a ausência de planejamento ambiental e socioeconômico, como a Comunidade São Remo, apresentando intensas ilhas de calor devido à predominância de pavimentos e edificações. Essas diferenças evidenciam como a interação de fatores socioambientais intensifica as desigualdades climáticas, reforçando a necessidade de ações sustentáveis para promover a equidade socioambiental. Alinhado a essa demanda, o Plano Diretor Participativo do Campus Butantã da USP reforça a implementação de soluções baseadas na natureza, como a expansão da cobertura vegetal e a implantação de corredores ecológicos.
Palavras-chave: ilhas de calor; conforto térmico; cobertura vegetal; equidade ambiental.
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