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AS PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO EM FAMÍLIAS DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL DIPLÉGICA ESPÁSTICA E COM DESENVOLVIMENTO TÍPICO PERTENCENTES A CAMADAS POPULARES DA CIDADE DE SALVADOR – A PERSPECTIVA DO PAI

Ângela Maria Mieko Yano, Zélia Maria Mendes Bisoli Alves, Mara Regina Santos da Silva, Mirian Botelho Sagim

Resumo


A paternidade é hoje um tema que desafia a compreensão de muitos pesquisadores. Atualmente existe uma noção,  compartilhada por estudiosos da área, de que os pais desempenham papéis multidimensionais e complexos, com influência direta e indireta no desenvolvimento infantil e na vida familiar. Reconhece-se ainda que a construção social da  paternidade varia segundo a época e o contexto ecocultural, e os ideais de paternidade podem ser muito variáveis de uma sociedade ou subgrupo para outro. O presente trabalho tem por objetivo descrever como os pais de classes populares da cidade de Salvador, BA, compreendem seu papel na família, sua relação com as práticas de cuidado e educação da criança, com e sem deficiência física, e suas reações em face da deficiência. Participaram do trabalho 10 famílias: 5 de crianças com Paralisia Cerebral diplégica espástica (PC), sem retardo mental evidente, com idades entre 2 e 7 anos, atendidas em instituição de reabilitação de Salvador, BA, e 5 de crianças com desenvolvimento típico (DT). Pais e mães responderam a entrevistas estruturadas, gravadas, transcritas e analisadas qualitativamente. Os pais relatam participação nos cuidados e educação da criança, mas ainda concebem como sua principal função prover a família.
Valorizam a afetividade, mas enfatizam em seu sistema ideal de educação de filhos a autoridade e exigência, principalmente no caso das crianças com DT. A obediência foi o principal atributo da criança considerada “ideal”. Os pais revelam esforços de elaboração de vivências pessoais no processo de educar filhos e buscam adequar-se às demandas socioculturais atuais.

Palavras-chave


paternidade, educação infantil, paralisia cerebral; paternity, child rearing, cerebral palsy; paternidad; educación del niño; parálisis cerebral

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/fsd.v8i2.7985