Avaliação de diferentes rotas de produção de etanol biocombustível a partir de resíduos de indústrias lácteas
DOI:
https://doi.org/10.5380/rber.v2i1.33795Resumo
Neste trabalho avalia-se um maior aproveitamento da lactose proveniente do soro de leite das indústrias de laticínios da Região Oeste do Paraná para produção de um produto que venha suprir, ao menos em parte, a necessidade de uma fonte renovável de biocombustíveis, o etanol. Para cada litro de soro são desperdiçados cerca de 50 g de lactose e 10 g de proteína, além de 0,5 a 0,7% de sais minerais com elevado valor nutricional e funcional, criando condições para poder pensar-se num processo de valorização do soro com simultânea redução da carga poluente e aumento da diversidade de oportunidades para agregar valor e aproveitamento dos resíduos de pequenos e médios laticínios. Muitas produtoras se interessam pela questão do álcool a partir desta fonte para abastecer as suas frotas e reduzir a logística de transporte, no entanto dependem de um custo, equiparando-se com o preço pago atualmente para outras empresas que aproveitam o soro. Pensando nesta realidade, desenvolveram-se testes experimentais com rotas econômicas para a produção de etanol a partir de processos fermentativos. Avaliou-se pré-tratamento químico para hidrólise da lactose e fermentação convencional e processo com leveduras que fermentam diretamente a lactose como a Kluyveromyces Marxianus, nas mesmas condições operacionais e nutricionais de fontes de micronutrientes e extratos proteicos. Determinou-se indiretamente por balanço estequiométrico a conversão da lactose em etanol, para isto, monitorou- se a produção de CO2, medindo a variação de massa do sistema. Através da evolução da fermentação, verificou-se as características do comportamento celular associado ao consumo de substrato e formação de produtos. Observou-se que é possível altas conversões de substrato e melhoria na produtividade do processo de produção de etanol. A melhor opção é por rota que utilize levedura com capacidade de realizar diretamente a assimilação de lactose e formação de etanol em uma única etapa, ao invés de pré tratamento químico, o qual não trouxe vantagens significativas para as rotas estudadas.