AMAZÔNIA: SABERES LOCAIS, SOLIDARIEDADE ORGÂNICA E FLEXIBILIDADE EQUATORIAL

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/raega.v52i0.75488

Palavras-chave:

Flexibilidade tropical, Relações orgânicas, Horizontalidades, Ordenamento cívico-territorial, Região amazônica

Resumo

O trabalho busca discutir algumas das particularidades da relação entre sociedade e natureza na Amazônia à luz da noção miltoniana de “flexibilidade tropical”, que, adaptada ao contexto da realidade geográfica em foco, é denominada de “flexibilidade equatorial”. Com base em revisão bibliográfica e em experiências de pesquisas realizadas em diferentes sub-regiões da porção centro-oriental da Amazônia brasileira, são abordadas algumas das expressões desse importante atributo da produção social do espaço regional, notadamente as cidades organicamente solidárias, as práticas econômicas culturalmente flexíveis e os objetos de grandeza cidadã. Procura-se mostrar que essas e outras manifestações da “flexibilidade equatorial” sugerem a possibilidade de pensar alternativas aos modelos econômicos de ordenamento territorial impostos exogenamente e que, por essa razão, pouco dialogam ou mesmo negam as particularidades da sociedade e da natureza amazônicas. Desse modo, conclui-se que os saberes locais, as culturas populares, as formas espaciais inclusivas, as divisões locais e regionais do trabalho, os tempos lentos e as solidariedades orgânicas constituem atributos fundamentais a serem considerados na concepção e na implantação de um ordenamento de natureza cívico-territorial, necessário para garantir um patamar de qualidade de vida mais satisfatório e sintonizado com a dinâmica da vida cotidiana e com as demandas cidadãs dos povos da Amazônia.

Biografia do Autor

Saint-Clair Cordeiro da Trindade Júnior, Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA) da Universidade Federal do Pará (UFPA)

Geógrafo e bacharel em Direito, mestre em Planejamento do Desenvolvimento pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e doutor em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente é Professor Titular do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA) da UFPA, líder do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Ordenamento Territorial e Urbanodiversidade na Amazônia (Geourbam) e pesquisador 1C do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), entidade do governo brasileiro voltada para o desenvolvimento científico e tecnológico.

Gabriel Carvalho da Silva Leite, Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA) da Universidade Federal do Pará (UFPA)

Geógrafo, mestre em Planejamento do Desenvolvimento pela UFPA e pesquisador do Geourbam.

Helbert Michel Pampolha de Oliveira, Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA) da Universidade Federal do Pará (UFPA)

Geógrafo, mestre em Planejamento do Desenvolvimento pela UFPA, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido (PPGDSTU) da UFPA e pesquisador do Geourbam.

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Publicado

2021-09-02

Como Citar

Trindade Júnior, S.-C. C. da, Leite, G. C. da S., & Oliveira, H. M. P. de. (2021). AMAZÔNIA: SABERES LOCAIS, SOLIDARIEDADE ORGÂNICA E FLEXIBILIDADE EQUATORIAL. RAEGA - O Espaço Geográfico Em Análise, 52, 84–107. https://doi.org/10.5380/raega.v52i0.75488