A era da democracia confusa: análise das medidas de adesão à democracia nas pesquisas sobre comportamento político
DOI:
https://doi.org/10.5380/recp.v8i2.56296Resumo
No panorama atual da Ciência Política há a insistência em se afirmar a “profissão de fé democrática”, pressupondo a existência de um conceito universal do termo. Contudo, as múltiplas fontes nas quais a democracia moderna se fundamenta denotam um caráter polissêmico ao conceito. Por isso, um dos principais duelos da teoria política é a oposição entre suas funções procedimental e normativa. Tal dualidade está presente nas pesquisas acadêmicas em estudos que focam, de um lado, na análise empírica da aplicabilidade do conceito e, do outro, nos debates teóricos do processo democrático. Por isso, a questão central deste artigo é saber quais os conceitos de democracia utilizados nos estudos mais recentes sobre comportamento político. Para tanto, criamos um panorama sobre o que as pesquisas comportamentais têm realmente mensurado como fatores de adesão à democracia (estudos sobre legitimidade democrática). Após a análise de alguns artigos foi possível observar que há uma desconexão entre a teoria política e as pesquisas empíricas a esse respeito. No geral, os estudos buscam a mensuração da instrumentalidade do processo, sendo poucos os que pensam a multidimensionalidade da democracia. Assim, esse descompasso torna necessário repensar as medidas de adesão à democracia na área de comportamento político, visando o alinhamento entre o que se tem produzido na teoria democrática e o que se descreve nas pesquisas empíricas.
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