Filosofia das Tecnociências: com quantas mãos se faz uma plantação?

Autores

  • Ronei Clécio Mocellin Professor da cadeira Filosofia da ciência na Universidade Federal do Paraná nos níveis de Graduação e Pós-Graduação em Filosofia desde 2014. Professor do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal do ABC desde 2019. Professor visitante no Centre François Viète da Universidade de Nantes (2019/20 - Bolsa CAPES/PRINT). Líder do Grupo de Pesquisa "Núcleo de Estudos da Cultura Técnica e Científica" (NECTeC) https://orcid.org/0000-0003-4093-672X
  • Débora Aymoré Universidade Federal do Paraná, Pós-doutorado em Filosofia (2022 - atual) https://orcid.org/0000-0003-1384-6681

DOI:

https://doi.org/10.5380/petfilo.v23i1.93326

Resumo

Se na filosofia e história do corpo os posicionamentos são agrupados entre os que consideram haver substância única (Espinosa) ou dupla (Descartes) que conformam diferentes aspectos dos indivíduos (alma/mente – corpo), na filosofia da ciência nos confrontamos com a o terceiro excluído nestes dualismos com consequências existenciais: trata-se da técnica ou, para utilizarmos um termo mais preciso, das tecnologias. Neste sentido, a máquina é um corpo, não do tipo que nasce naturalmente: as máquinas nascem de um parto artificial, emergem a partir do trabalho de múltiplas mãos, como na construção de uma casa ou na plantação de tomates; embora, depois da mecanização do campo com as promessas de abundância da produção sem limites própria da Revolução verde, esteja cada vez mais difícil identificar com quantas mãos se faz uma plantação...

Biografia do Autor

Ronei Clécio Mocellin, Professor da cadeira Filosofia da ciência na Universidade Federal do Paraná nos níveis de Graduação e Pós-Graduação em Filosofia desde 2014. Professor do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal do ABC desde 2019. Professor visitante no Centre François Viète da Universidade de Nantes (2019/20 - Bolsa CAPES/PRINT). Líder do Grupo de Pesquisa "Núcleo de Estudos da Cultura Técnica e Científica" (NECTeC)

Possui graduação em Química pela Universidade Federal do Paraná (1997), mestrado em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Catarina (2003) e doutorado em Filosofia pela Universidade de Paris X (2009 - Bolsa CAPES). Fez pós-doutoramento no departamento de filosofia da Universidade de São Paulo no quadro do Projeto Temático Gênese e significado da tecnociência (2012-2014, Bolsa FAPESP). Professor da cadeira Filosofia da ciência na Universidade Federal do Paraná nos níveis de Graduação e Pós-Graduação em Filosofia desde 2014. Professor do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal do ABC desde 2019. Professor visitante no Centre François Viète da Universidade de Nantes (2019/20 - Bolsa CAPES/PRINT). Líder do Grupo de Pesquisa "Núcleo de Estudos da Cultura Técnica e Científica" (NECTeC), cadastrado no CNPq e certificado na UFPR. Tem experiência na área de filosofia das ciências e das técnicas, com ênfase em filosofia e história da química.

Débora Aymoré, Universidade Federal do Paraná, Pós-doutorado em Filosofia (2022 - atual)

Bacharel em Direito (UFPA, 2004), Especialista em Filosofia e Epistemologia das Ciências Humanas (UFPA, 2007), Mestre em Filosofia (USP, 2010), Doutora em Filosofia (USP, 2015) com estágio de pesquisa no exterior com bolsa CAPES (University of Miami, FL, 2013-2014), Pós-doutorado (USP, 2017 - 2018), Pós-doutorado (UFPR, 2022 - atual). Professora Substituta no curso de Filosofia da Universidade do Estado do Amapá (UEAP, 2017-2019). Professora Substituta do curso de Filosofia da Universidade Federal do Paraná (UFPR, 2019 - 2021), Professora Substituta no curso de Filosofia da Universidade do Estado do Amapá (UEAP, 2021-2022), Professora Substituta no curso de Pedagogia - METEP da Universidade Estadual de Maringá (UEM, 2023). Atua principalmente nos seguintes temas: epistemologia histórica das ciências, tecnociências, filosofia da natureza, filosofia ciborgue, epistemologias feministas, ciência valores, filosofia literatura.

Referências

FEDERICI, Silvia (2020). O patriarcado do salário: notas sobre Marx, gênero e feminismo. Tradução Heci Regina Candiani. São Paulo: Boitempo, 2021.

JAPPE, Anselm (2017). A sociedade autofágica: capitalismo, desmesura e autodestruição. Tradução Júlio Henriques. São Paulo: Elefante, 2021.

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MERCHANT, Carolyn. The death of nature: women, ecology, and the scientific revolution. New York: Harper Collins, 1980.

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Publicado

2023-12-02

Como Citar

Mocellin, R. C., & Aymoré, D. (2023). Filosofia das Tecnociências: com quantas mãos se faz uma plantação?. Cadernos PET-Filosofia, 23(1). https://doi.org/10.5380/petfilo.v23i1.93326

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