Nos tornamos obsoletos? Por uma política dos artefatos
DOI:
https://doi.org/10.5380/petfilo.v23i1.91417Resumen
A partir das considerações sobre a essência da técnica e do artefato, procuramos pensar o seu valor e seu potencial na cultura e na sociedade, e estabelecer em que medida há uma dimensão política sobre esse problema para, então, tentar mostrar que tecnologia precisa possuir um tipo necessário de política. No presente trabalho, partindo do artigo de Langdon Winner e de considerações sobre tecnologia e sociedade, bem como nos valendo de outros nomes do ramo com perspectivas diferentes sobre a técnica, com ênfase em Gilbert Simondon (1924 – 1989) e a sua abordagem sobre o problema entre individuação, técnica e cultura, tentaremos entender possíveis soluções que auxiliem o debate contemporâneo e problemático sobre técnica e política, em especial quando o pressuposto benefício da técnica aos seres humanos não encontra correspondência na realidade. Finalmente, identificar na ação do técnico e na potencialidade criativa e instauradora da individuação novos regimes e condições de realidade que possam fornecer uma base política coletiva. Longe de esgotar os problemas levantados, as considerações aqui presentes nos servem para levar adiante a questão presente sobre a técnica e sua dimensão política.
Citas
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