Nova Academia: ceticismo ou dogmatismo negativo
DOI:
https://doi.org/10.5380/petfilo.v20i1.80325Resumen
O que se segue é o conjunto de considerações a respeito das denominações que a Nova Academia recebeu ao longo da história da filosofia. Essa escola ficou conhecida como Academia cética, ao mesmo tempo em que uma das principais concepções que se formou a seu respeito é a de que ela defendia a tese de que nada pode ser conhecido, ou seja, a posição de um dogmatismo negativo. Apesar dessas terminologias não terem sido empregadas em seu próprio período, podemos dizer que o modo como essa filosofia foi interpretada por seus contemporâneos correspondia ao que posteriormente denominamos por esses termos. Atualmente, é comum a interpretação da recusa da possibilidade conhecimento como um tipo de ceticismo. No entanto, quando falamos do ceticismo antigo e do que entendemos sobre ceticismo enquanto uma escola filosófica, essas interpretações são essencialmente opostas. Meu objetivo será indicar os principais motivos que levaram à atribuição de ambas as denominações e indicar as razões que me levam a negar o dogmatismo negativo e a interpretá-la como um ceticismo.
Citas
BETT, R. Carneades’ Distinction Between Assent and Approval. Monist 73. 1990, 3-20.
BICCA, L. Ceticismo Antigo e Dialética. Rio de Janeiro: 7 Letras. PUC-RJ, 2016
BROCHARD, V., Os céticos gregos. Trad. de CONTE. J. São Paulo: Editora Odysseus, 2009.
CICERO, M. T. Academics. Tr. RACKHAM, H. Loeb Classical Edition. Cambridge, Harvard University Press, 1933.
_____________ De finibus bonorum et malorum. Ed. RACKHAM, H. Loeb Classical Edition. London: Cambridge University Press, 1931.
_____________ De finibus bonorum et malorum. Ed. RACKHAM, H. Loeb Classical Edition. London: Cambridge University Press, 1931.
BURNYEAT, M. Carneades’ Pithanon: a Reappraisal of its Role and Status, Oxford Studies in Ancient Philosophy, Vol VII, 1989. Cambridge: Cambridge University Press. 2012.
BURNYEAT, M. Carneades was not probabilist, Unpublished Manuscript. Disponível em: https://pt.scribd.com/document/341395731/Carneades-Was-No-Probabilist
COUISSIN (1929), P. The Stoicism of the New Academy. In: BURNYEAT, M (Ed.). The Skeptical Tradition. Berkeley: University of California Press, 1983, 31–63.
FREDE, M. Estoicos e Céticos sobre Impressões Claras e Distintas. Trad. ZANUZZI, I. Sképsis: Revista de Filosofia. Vol. IX, N. 21. 2015, 175-201.
HANKINSON, R. J. Epistemologia estoica. In: INWOOD, B. Os Estóicos. São Paulo: Odysseus, 2006.
LONG A. A. Socrates in Hellenistic Philosophy. In The Classical Quarterly , Volume 38, Issue 1. Cambridge University Press. 1988, 150 – 171.
LONG, A. A.; SEDLEY, D.N. The Hellenistic Philosophers: Living without opinions. Vol. 1. Translations of the principal sources with philosophical commentary. Cambridge, 1987, 450-460.
OBDRZALEK, S. Carneades’ Pithanon and its Relation to Epoche asd Apraxia. The Society for Ancient Greek Philosophy Newsletter, 2002.
PORCHAT. O. A noção de phainómenon em Sexto Empírico. Analytica, vol. 17 nº 2, 2013.
SEXTUS EMPIRICUS. Esboços pirrônicos. Trad. SMITH, P. J. Sképsis: Revista de Filosofia. Vol. XI, N. 21. 2020, 88-142.
SEXTUS EMPIRICUS. Outilines of skepticism. Ed. ANNAS, J. & BARNES, J. Cambridge University Press. 2000.
___________________ Against the Logician. Trad. and ed. BETT. R. Cambridge Texts in the History of Philosophy. Cambridge University Press. 2005.
STRIKER, G. Academics fighting Academics.In Inwood & Mansfeld Studies in Cicero’s Academic Books. Philosophia Antiqua 76.1997, 257-76.
STOUGH, C. Greek Skepticism: A Study in Epistemology. Berkeley, Los Angeles: University of California Press. 1969.
VLASTOS, G. The Socratic Elenchus: method is all. In M. BURNYEAT (ed.), Socratic Studies. Cambridge: Cambridge University Press: 1994.
