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Centralismo e desenvolvimentismo: processos de institucionalização dos partidos marxistas brasileiros nos anos 1950

Mabelle Bandoli Dias

Resumo


Este artigo analisa os programas para o desenvolvimento nacional produzidos pelos partidos da extrema esquerda no Brasil durante a década de 1950: do Partido Comunista do Brasil (PCB), do Partido Operário Revolucionário (POR) e da Liga Socialista Independente (LSI). Tais programas foram comparados entre si em função de sua maior ou menor adesão ao ideário desenvolvimentista. Concluímos que, além de se remeterem às divergências entre as vertentes ideológicas às quais cada um deles se filiava, tais variações programáticas eram ligadas à própria organização dos partidos, correspondendo aos seus graus de institucionalização. As variáveis utilizadas para a mensuração dos diferentes graus de institucionalização foram: i) os níveis de disciplina/ democracia interna – que resultavam da maior padronização dos processos decisórios, bem como da maior distribuição do poder organizativo entre seus membros; ii) os níveis de autonomia organizativa em relação a outras instituições partidárias. Este artigo se dedica à análise da primeira variável, concentrando-se no debate sobre as conformações institucionais que resultavam em maior ou menor grau de democracia interna. A pesquisa consistiu na comparação das diretrizes organizativas e ideológicas dos partidos, garimpadas nos discursos presentes em jornais e programas partidários, bem como entrevistas realizadas com alguns de seus membros mais importantes. As conclusões revelaram fortes correlações entre os níveis de institucionalização partidária e a conformação programática de cada uma dessas organizações.

Palavras-chave


partidos de extrema-esquerda; desenvolvimentismo; organizações partidárias; ideologia; institucionalização partidária

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/pr%20eleitoral.v2i2.42767

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