A exceção seria norma: governos de coalizão em um Reino Unido com eleições proporcionais

Autores

  • Guilherme Simões Reis

DOI:

https://doi.org/10.5380/pr%20eleitoral.v1i3.42746

Palavras-chave:

política britânica, sistemas eleitorais, sistema partidário, coalizões, clivagens políticas.

Resumo

O Reino Unido tem, hoje, sua primeira coalizão de governo desde a Segunda Guerra Mundial e, no período, teve apenas um governo minoritário. A formação de gabinetes majoritários de partido único não se deve às preferências dos eleitores e, sim, ao sistema eleitoral uninominal, que vem sobrerrepresentando Trabalhistas e Conserva­dores e sub-representando Liberal-Democratas. A simulação da conversão de votos em cadeiras nas últimas sete eleições – de 1983 a 2010 –, utilizando-se o sistema proporcional (fórmula D’Hondt, um único distrito eleitoral, a mesma votação para cada partido), mostra que a correlação de forças seria muito diferente e que inevi­tavelmente a formação de coalizões ocorreria com frequência, ao invés de ser uma exceção. O elevado nível de desproporcionalidade sub-representa também muitos outros partidos, que, se tivessem mais força, poderiam dar maior destaque a outras clivagens no sistema político britânico, como o regionalismo, o ambientalismo e a União Europeia. Dois partidos eurocéticos e de direita, UKIP e BNP, crescem a cada eleição e já são o quarto e o quinto mais votados, mas seguem sem jamais eleger um parlamentar, devido ao sistema eleitoral adotado. Se Trabalhistas e Conservadores seguirem sem formar maiorias, os Liberal-Democratas continuarão sendo o pivô capaz de escolher com quem formar o governo, mesmo sendo apenas o terceiro partido mais votado.

Downloads

Como Citar

Reis, G. S. (2012). A exceção seria norma: governos de coalizão em um Reino Unido com eleições proporcionais. Paraná Eleitoral: Revista Brasileira De Direito Eleitoral E Ciência política, 1(3). https://doi.org/10.5380/pr eleitoral.v1i3.42746

Edição

Seção

Artigos Ciência Política