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Áreas naturais protegidas e comunidades locais da Ilha do Mel - PR - Brasil

Simone Ferreira de Athayde, Lea Maria Tomaz

Resumo


O trabalho foi realizado na Ilha do Mel (coordenadas 25°29’ S e 48°2r 18” W) em maio e junho de 1995, visando levantar as relações existentes entre a comunidade de moradores e as áreas protegidas da região, que somam cerca de 93% da área total da Ilha. Foram realizadas 52 entrevistas (cerca de 39% do público-alvo) com adultos (maiores de 18 anos) moradores em 3 comunidades da parte norte da Ilha, através de questionário abordando aspectos sócio-econòmicos, relação homem e ambiente e relações específicas com as áreas protegidas: Estação Ecológica e Reserva Natural. Quase todos os entrevistados, classificados em nativos e não nativos da Ilha, dedicam-se a alguma atividade econômica ligada ao turismo, principal atividade econômica do local. A função de proteger o solo da ação do mar foi o aspecto mais destacado com relação à importância da floresta. Este fato relaciona-se a uma característica local, tendo-se em vista que a erosão causada pela ação do mar vem ocorrendo na Ilha mais intensamente a partir de 1936 e que muitas pessoas perderam casas e terrenos em decorrência deste fenômeno. As principais categorias de importância levantadas para a floresta e o manguezal foram o uso direto e indireto dos recursos (como por exemplo madeira e caranguejos). Quanto às áreas protegidas, a maior parte das respostas obtidas (44%) indica um desconhecimento sobre a importância e finalidade de sua existência. Alguns dos problemas levantados com relação à existência destas referem-se à uma restrição aos costumes tradicionais da comunidade, além da impossibilidade da obtenção futura de lotes pelos nativos. Destaca-se porém, que a maior parte das respostas obtidas (46%) indica que as áreas protegidas não estão relacionadas com os problemas cotidianos dos moradores. Com os resultados obtidos, são indicadas algumas estratégias de ação visando contribuir ao futuro gerenciamento da região pela integração necessária entre turismo, conservação e participação comunitária.


Palavras-chave


comunidades locais e áreas protegidas; unidades de conservação; conservação ambiental; interação homem e ambiente; ecologia humana

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/rn.v9i1-2.85090

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