Padrões de distribuição de bivalvia e gastropoda na plataforma continental da costa sudeste do Brasil (24°s-27°s)
DOI:
https://doi.org/10.5380/rn.v6i1-2.85022Palavras-chave:
Macrobentos, associações de moluscos, distribuição, plataforma continental, BrasilResumo
Padrões de distribuição de associações de bivalves e gastrópodes foram analisados ao largo da plataforma continental sudeste do Brasil (24°S - 27°S), a partir de material coletado no decorrer da Operação Sueste I (DHN-MM/CBM- UFPR). Os sedimentos da área estudada variam de areias finas bem selecionadas na plataforma interna a areias com concentrações variáveis de silte-argila e cascalho biogênico no setor médio e externo. 112 espécies de bivalves e gastrópodes foram coletadas com pegadores e dragas. Três associações, distribuídas ao longo de um gradiente batimétrico e sedimentológico, foram reconhecidas: a) uma associação de areias finas, representada por Olivella defiorei - Nassarius scissuratus - Tellina sp A - Transenella sp A - Murex senegalensis, típica da plataforma rasa, entre 20 e 40 metros; b) uma associação de areias finas, com maior concentração de silte-argila, caracterizada por Nucula puelcha - Nucula semiomata - Chione paphia - Chione pubera - Adrana patagonica -Ancilla dimidiata, até os 50 metros; c) uma associação de areias lamosas, com Corbula caribaea -Macoma tenta - Lima thryptica, entre 50 e 120 metros. Associações de plataforma média e externa não foram satisfatoriamente discriminadas, devido ao pequeno número de amostras bênticas. As associações locais tendem a se superpor e podem ser alternativamente consideradas como abstrações de “continua” de distribuições. São recorrentes nos fundos de plataforma da costa sul-brasileira e sua composição genérica é semelhante à de associações que ocorrem em habitats similares de regiões temperadas. Há evidências de que a composição específica destas associações não apresenta variações estacionais significativas; a variabilidade observada parece ser mais espacial do que temporal.
