Variabilidade no Desenvolvimento Larval de Metasesarma rubripes (Decapoda, Grapsidae) Criada em Laboratório

Autores

  • Mónica Montú Centro de Biologia Marinha, Universidade Federal do Paraná, 80000. Curitiba, PR, Brasil. * Present adress: Departamento de Oceanografia, Fundação Universidade do Rio Grande, CP 474, 96200 Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brazil.
  • Klaus Anger Biologische Anstalt Helgoland, Meeresstation, D-2192 Helgoland, FRG.
  • Cristina Bakker Centro de Biologia Marinha, Universidade Federal do Paraná, 80000. Curitiba, PR, Brasil. * Present adress: Departamento de Oceanografia, Fundação Universidade do Rio Grande, CP 474, 96200 Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brazil.

DOI:

https://doi.org/10.5380/rn.v5i1.85010

Palavras-chave:

Crustacea, Metasesarma rubripes, vias de desenvolvimento

Resumo

Foram criadas em laboratório larvas do caranguejo de água, salobra Metasesarma rubripes (Ratbun) procedentes de uma área de manguezal no Paraná, desde a eclosão até a metamorfose. A morfologia das larvas foi comparada com uma descrição anterior de material da Venezuela (Diaz & Ewald, 1968). Foram observadas diferenças morfológicas e descritas em todos os estádios larvais, sugerindo a existência de diferentes raças geográficas desta espécie que está amplamente distribuída. Metasesarma rubripes do Brasil, ao contrário da espécie da Venezuela, revela uma variabilidade nas vias de desenvolvimento, com 4 a 5 estádios de zoea precedendo 1 de megalopa. A freqüência relativa destas duas vias em larvas de uma mesma mãe e em outras originadas de diferentes fêmeas varia muito sugerindo que o número de estádios de desenvolvimento pode depender de fatores genéticos ou outros fatores maternos. Só aquelas larvas que tinham passado os três primeiros estádios larvais relativamente rápido (comparando com larvas da mesma mãe) desenvolveram diretamente de Zoea IV a megalopa; entretanto, as larvas que desenvolveram-se mais lentamente tenderam a passar por um estádio de Zoea V. Comparações morfológicas entre larvas de Zoea IV que desenvolveram diretamente a megalopa com aquelas que passaram por um estádio adicional, mostram que as primeiras não são só mais rápidas no desenvolvimento como também morfologicamente mais avançadas que as primeiras. É descrita a Zoea V pela primeira vez, revela carateres morfológicos intermediários entre as formas menos avançadas de Zoea IV e a megalopa. A variabilidade nas vias de desenvolvimento é interpretada como uma possível adaptação a ambientes extremamente variáveis, onde a flexibilidade no desenvolvimento pode aumentar a possibilidade de se encontrar um habitat apropriado para instalação e metamorfose.

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Publicado

2022-03-17

Como Citar

Montú, M., Anger, K., & Bakker, C. (2022). Variabilidade no Desenvolvimento Larval de Metasesarma rubripes (Decapoda, Grapsidae) Criada em Laboratório. Revista Nerítica, 5(1), 113–128. https://doi.org/10.5380/rn.v5i1.85010

Edição

Seção

Artigos