Ouvir a música como uma experiência imprescindível para se fazer musicologia
DOI:
https://doi.org/10.5380/mp.v7i2.41506Palavras-chave:
música popular, fruição, musicologia, fontes primáriasResumo
O presente artigo reafirma a importância de se trabalhar com as fontes primárias quando se pode ter acesso a elas em uma pesquisa musicológica. Partindo de uma diferenciação postulada por Jorge Larrosa Bondía onde a informação sempre se encontra em oposição à experiência, a informação nos nutre e a experiência nos perpassa. Quem possui a informação não busca a experiência. Atualmente uma parte expressiva dos artigos sobre musicologia tem sido construído a partir da leitura de textos e não da audição das músicas em foco perpetuando, muitas vezes, equívocos das visões dos que primeiro escreveram. A partir do ouvir música aponta-se como é possível percebermos muitas das mudanças ocorridas no seio da MPB ao longo das décadas, mas que nunca foram sequer citadas. A atitude de não se trabalhar com as fontes primárias ajuda na perpetuação de cânones uma vez que sempre se reafirmam, nos textos, visões sobre temas que muito já foram debatidos. Assim, a música do cinema estadunidense nos anos 1940, a bossa nova, o samba, a canção de protesto, o clube da esquina quando pesquisadas em suas fontes primárias podem nos apontar novos caminhos.